O prejuízo líquido da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale S/A, aumentou cerca de 28% no primeiro trimestre de 2013 na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, ao passar de R$ 77,144 milhões para R$ 106,918 milhões.
O Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação – ficou negativo em R$ 55,409 milhões, ante R$ 36,509 milhões nos três primeiros meses de 2012. Os dados são do último relatório divulgado pela companhia.
Apesar disso, a concessionária registrou incremento de 25,6% na receita líquida na mesma base de comparação. Entre janeiro e março, o faturamento atingiu 275,9 milhões, ante R$ 219,6 milhões no mesmo intervalo do ano passado. De acordo com a empresa, o resultado foi impulsionado pelo aumento da receita com o transporte de aço, grãos, cimento e produtos químicos.
No primeiro trimestre, a produção da ferrovia atingiu 3,937 bilhões de toneladas por quilômetro-útil (TKU). O volume representa incremento de 56,9% na comparação com o mesmo período de 2012, quando ele somou 2,510 bilhões de TKUs.
A empresa registrou também crescimento significativo nos investimentos realizados. No primeiro trimestre, os aportes feitos pela FCA alcançaram R$ 233 milhões. O valor é 77,4% superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado, conforme o documento.
Do total investido no período, a maior parte (R$ 101,556 milhões) foi aplicada na via permanente. As inversões em material rodante, tanto aquisição como modernização, somaram R$ 46,429 milhões no primeiro trimestre.
Já o desenvolvimento e a ampliação de novas rotas receberam recursos da ordem de R$ 31,483 milhões no período, enquanto os investimentos na construção e ampliação de pátios somaram R$ 25,699 milhões entre janeiro e março.
A empresa vem aumentando de forma significativa os aportes em sua malha. No ano passado, por exemplo, as inversões da FCA totalizaram R$ 725,6 milhões. O montante é 90,5% superior ao realizado em 2011, quando ele totalizou R$ 380,7 milhões. Entre os projetos que ampliaram os investimentos está a transposição de Belo Horizonte.
A malha ferroviária da FCA conta com cerca de 8 mil quilômetros e cruza 316 municípios em sete estados (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Sergipe e Bahia). O sistema logístico é formado por 500 locomotivas e mais de 12 mil vagões.
Atualmente, a concessionária é parte da Vale Logística Integrada (VLI) subsidiária criada para concentrar os principais ativos logísticos da mineradora. Entre eles está a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), responsável por grande parte do escoamento do minério de ferro produzido no Estado.
Viaduto – Nesta semana será entregue mais uma etapa das obras que a Vale está fazendo na malha da FCA, orçadas em R$ 215 milhões. Desta vez, a companhia concluirá a construção do viaduto rodoviário no bairro Caetano Furquim, que substitui a passagem de nível com a rua Burnier. Com as intervenções iniciadas em agosto de 2012, o viaduto conta 25 metros de extensão e 8,3 metros de altura em seu ponto mais alto.
O trânsito no local será liberado nesta segunda-feira à tarde. A via, que liga a avenida dos Andradas às ruas Souza Aguiar, Uarirá, Burnier e Morrinhos, facilitando o acesso e a saída do bairro, será de mão dupla. O viaduto irá incluir ainda a passagem destinada à circulação de pedestres, que deverá ser finalizada nos próximos dias. A mudança permitirá o fim da passagem em nível próxima ao local.
Ainda em 2013 haverá a construção de passarelas nas ruas Coari e Curi e a realização de obras de urbanização nas ruas Morrinhos e Souza Aguiar, próximas ao viaduto. Entre os benefícios estão a drenagem, rede de esgoto e recapeamento das vias.
O viaduto é o segundo concluído dentro do projeto, que prevê a duplicação e retificação de 8,3 quilômetros de ferrovia entre o bairro Horto (região Leste da Capital) e General Carneiro, em Sabará (Região Metropolitana de Belo Horizonte). A obra como um todo, que inclui ainda a contratação de novas etapas, está cerca de 60% concluída.
O projeto contempla a redução de interferências da ferrovia nos bairros, eliminando as passagens de nível e cruzamentos com linha férrea, em uma parceria estabelecida entre a Vale e o governo federal. Para isso, estão sendo construídos cinco viadutos, entre rodoviários e ferroviários. Estima-se que uma população de 250 mil pessoas, moradores de dez diferentes bairros da Capital e de Sabará, seja beneficiada. O projeto também prevê a construção de passarelas e a criação de áreas verdes.
Em Belo Horizonte, a modernização alcança os bairros Boa Vista, Caetano Furquim, Casa Branca, Esplanada, Horto, São Geraldo, Vera Cruz e Alto Vera Cruz, todos na região Leste. Já em Sabará, serão beneficiados Nações Unidas e General Carneiro. A previsão é que o projeto seja finalizado no primeiro semestre de 2015.
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