O artesão Nilson dos Reis ainda se lembra do alvoroço da inauguração do Trem do Pantanal, em 2009 – a estação de partida, na saída para Aquidauana, em Campo Grande, fica em frente à sua loja. “Achamos que ia ser movimentado, muita gente montou quiosques de alimentos e bebidas por aqui, esperando por passageiros, apostando que seria um bom negócio. Mas não demorou muito e venderam tudo”, conta.
O passeio prometia ser o principal atrativo turístico do Estado, foi inclusive divulgado na mídia nacional, depois que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteve na viagem inaugural. Mas o percurso, que sai da Capital com destino à Miranda, passando por Aquidauana, não conseguiu emplacar.
Do cenário movimentado só restou o artesão e uma lanchonete, que já eram paradas da beira da estrada para os viajantes, antes mesmo da construção da estação – todos que decidiram investir por conta do ponto turístico, já foram embora. “Foi prejuízo pra todo mundo”, completa Reis.
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Em três anos, cerca de 20 mil pessoas fizeram a viagem – uma média de 6,5 mil por ano. O volume representa menos da metade dos 13 mil de capacidade do trem para o período.
De semanais a quinzenais, depois mensais – as saídas foram ficando cada vez mais espaçadas. Neste ano, a administradora do trem, a Serra Verde Express, já anunciou que serão apenas cinco viagens, a primeira já foi feita em janeiro e, a próxima, será em 18 de maio.
Com isso, o trem deve receber apenas 950 pessoas neste ano, 92,7% menos que sua capacidade e, 85,4% menos que a média dos anos anteriores.
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