O presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo, usou números da aviação civil para defender a necessidade da construção do trem-bala que ligará Campinas-SP-RJ.
Os protestos nas ruas levaram a oposição a pedir que os recursos a serem investidos nessa obra (estimados em R$ 35 bilhões a valores de 2007) sejam usados para a construção de trens e metros nas grandes cidades.
Figueiredo defende que há recursos para realizar os projetos de mobilidade urbana e que o trem de alta velocidade é necessário.
“Não há solução mais adequada para resolver o problema de mobilidade entre São Paulo e Rio de Janeiro, as duas cidades economicamente mais importantes do país, que o trem de alta velocidade”, afirmou Figueiredo.
Segundo ele, levantamento feito pela EPL com base em números da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), apontam que era errado um dos argumentos contrários ao trem-bala, o de que as projeções de passageiros estavam superestimadas.
O número de usuários de avião entre Rio e São Paulo foi de 4,4 milhões em 2008. Em 2012, esse número chegou a 7,5 milhões, aumento de 68%.
Segundo ele, os estudos feitos pelo governo para o trem-bala apontavam que o número de passageiros na ponte aérea realizado em 2012 só seria alcançado em 2014. Para ele, isso mostra que o estudo não exagerou nos números.
Pelo estudo, o trem-bala levaria metade dos passageiros da aviação e uma parte dos passageiros de ônibus entre as duas cidades, além de novos usuários. Os passageiros desse trecho, cuja estimativa de tarifa era de R$ 200 em 2007, seriam responsáveis por cerca de 70% das receitas projetadas.
Outro dado, o número de passageiros por aeroporto, aponta para o estrangulamento da ponte aérea, segundo ele. Em 2008, os passageiros que voaram do Rio para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ou vice-versa, representavam 85% do total. Já em 2012, esse número alcançou apenas 62%.
Especificamente entre Congonhas e Santos Dumont, o número passageiros vinha subindo pouco desde 2008 e caiu de 2011 para 2012. Já o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, que tinha apenas 200 mil passageiros 2008 na ligação com o Rio, chegou a 1,7 milhão em 2012.
Para Figueiredo, fazer o trem-bala será melhor que ampliar estradas ou criar novos aeroportos nessa região.
“O trem de alta velocidade é uma solução para 100 anos”, defende Figueiredo.
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