Adif diz que não culpou maquinista por acidente

A Adif, administradora da infraestrutura ferroviária da Espanha, emitiu uma nota dizendo que “nega veementemente que culpou o maquinista do trágico acidente ocorrido no último dia 24 de julho, em Santiago de Compostela”. Segundo a empresa, houve uma interpretação errada das declarações feitas pelo presidente da companhia, Gonzalo Ferre, que explicou como funcionava a operação.


A admistradora declarou que não vai fazer qualquer avaliação preliminar sobre a causa ou as causas que provocaram o acidente, e que uma investigação aberta apontará o que aconteceu.
Mesmo negando que tenha culpado o maquinista, a nota explica que o trem deve começar a frenagem quatro quilometros antes da curva e é o maquinista encarregado de fazer a operação de frenagem. Isso é indicado pela rota do trem, com o quadro de velocidades máximas. E a operação tem as mesmas características todos os dias.


Como administradora da infraestrutura ferroviária espanhola, a Adif é que cuida das vias e instalam os sistemas de segurança, inclusive o ASFA (sistema de proteção automática de trens e anúncio de sinais na cabine),  enquanto a Renfe é responsável pela operação.


O presidente da T´Trans, Massimo Giavina-Bianchi, emitiu a seguinte opinião sobre o acidente:


“Pelas informações veiculadas na mídia, o trem estava em uma velocidade mais de 100% acima do permitido pela via. Além disso, o presidente da RENFE afirmou que o condutor foi advertido do excesso de velocidade 4 kms antes do local do acidente.


Com essas informações, estou surpreso e ao mesmo tempo não acreditando que um sistema de trens de alta velocidade (última geração) não possua um sistema de sinalização e controle que evite este tipo de não respeito pelo condutor na operação do trem.


Não precisa ser um sistema de sinalização avançado, pois os sistemas antigos possuem blocos de sinalização que detectam as condições operacionais do trem. Não posso admitir que não existam, nessa via, sistemas dessa natureza.


Explico-me melhor: os blocos de sinalização anteriores ao local do acidente detectam que o trem não está atendendo às restrições de via – vide, por exemplo, o dispositivo homem morto e a identificação em cabine das restrições de velocidade que qualquer não intervenção do condutor, automaticamente, o sistema de frenagem é acionado.


Pelas informações, isto não ocorreu. Conclui-se que houve uma falha na sinalização ou, o que é pior, a sinalização não era adequada.”
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