Há uma lacuna entre a capacidade de produção e o que resulta em oferta concreta da indústria nacional para atender a demanda do setor ferroviário brasileiro. A estratégia do governo para mudar essa realidade é garantir a “previsibilidade das regras do jogo”, a fim de atrair investimentos, e dar condições de competitividade às empresas nacionais. A avaliação é da secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Heloisa Menezes, que abriu nesta terça-feira o “Seminário Ferrovias – Mobilidade Urbana, Transporte de Cargas e Indústria”, em Brasília.
“É preciso oferecer instrumentos para a indústria nacional ter melhores condições de competitividade e atrair investimentos quando eles ainda não estiverem disponíveis no Brasil. Também é necessário apoiar parcerias entre indústrias instaladas ou não no país que estejam dispostas a transferir tecnologias e fazer parcerias tecnológicas”, destacou.
Heloisa ainda disse que há grandes oportunidades para o setor de ferrovias e citou medidas que vem sendo utilizadas pelo Estado, no âmbito do Plano Brasil Maior, para impulsionar a indústria nacional, como as compras públicas diretas e o uso de margens de preferência para produtos nacionais. “São dois caminhos que podem ser utilizados para o aumento da demanda pública”, disse.
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Parte dessa demanda diz respeito ao Programa de Investimentos em Logística, que prevê a aplicação R$ 91 bilhões na construção e modernização de 10 mil quilômetros de linhas férreas. Com o apoio do governo para melhorar as condições de competitividade das indústrias do segmento, a secretária da SDP disse esperar que as empresas nacionais de bens e de serviços participem e sejam bem-sucedidas nas licitações previstas. “Espero que vocês, empresários, participem e vençam as licitações”, sublinhou.
Para o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Humberto Ribeiro, os investimentos que serão feitos pelo Governo Federal e os projetos de concessão são uma oportunidade de o Brasil ganhar maturidade em infraestrutura. “O Plano Brasil Maior prioriza uma convergência de esforços entre vários órgãos governamentais, como MDIC, Ministério dos Transportes, Secretaria de Portos, por exemplo, que fortalece o empreendedorismo dos operadores de serviços logísticos”, frisou.
Um dos destaques na área, segundo o secretário, é a etiqueta inteligente, que abrange vantagens como combate a roubo, pirataria, além do controle de cargas. A etiqueta também permite o controle em tempo real da localização de mercadorias, desde a fábrica, passando por transporte, validade e composição alimentar, até que elas cheguem às mãos dos clientes. Humberto Ribeiro destacou ainda o Catálogo de Oportunidades para Investimentos no Brasil, que vão além da infraestrutura logística, e podem atrair o interesse de grandes fundos de investimentos estrangeiros.
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