A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) descartou a possibilidade de remoção da Ponte de Ferro da região do Coxipó – ação antes prevista para no projeto de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Capital.
A ponte, que faz a ligação entre Cuiabá e o distrito do Coxipó, está localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa.
Tombada como patrimônio histórico estadual em 20 de julho de 1984, a ponte centenária contribui para o índice zero de acidentes com vítimas na região.
Em reunião realizada em 16 de julho com a Secretaria de Estado de Cultura (Sec), a Secopa alegou que a ponte continuará no local como legado cultural de Mato Grosso. Segundo o assessor especial da pasta, Múcio Ribas, a hipótese de remoção já está descartada.
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“Tem uma parte que realmente precisamos rever para consolidar o legado da cultura também”, disse.
Segundo o historiador e assessor da Secretaria de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, o patrimônio histórico do Estado será preservado apesar das obras de mobilidade urbana, como opção ao turista que quiser conhecer um pouco mais sobre a história do local.
“Portanto não se justifica a retirada da Ponte de Ferro em detrimento da construção de viadutos e trincheiras”, afirmou.
Hoje, Mato Grosso possui 95 monumentos e bens históricos tombados em seis cidades: Cuiabá (núcleo histórico do Porto), Cáceres, Acorizal, Poxoré, Poconé e Diamantino.
A Ponte de Ferro
Montada em 1896, a Ponte de Ferro foi considerada o símbolo do desenvolvimento de Mato Grosso e da Capital, possibilitando a tão esperada ligação entre Cuiabá e a região Sul do Estado.
A história conta que a estrutura – de 54 metros de comprimento por 4,2 metros de largura – foi importada da França, sendo assentada sobre pilares de pedra canga, cimento e alvenaria, sendo a primeira do gênero a ser construída em Cuiabá.
Sua construção representou um marco nas relações comerciais de Mato Grosso, facilitando a entrada na Capital de mercadorias, técnicos e imigrantes europeus.
A demolição da ponte já havia sido cogitada na década de 1980 para a construção de uma nova e moderna ponte.
Porém, devido ao esforço de autoridades, artistas e intelectuais da época, o Estado optou por preservar a estrutura, o que resultou em seu tombamento como patrimônio histórico pela Fundação Cultural de Mato Grosso, em 20 de julho de 1984 – mesmo ano em que ela foi desativada para o tráfego de veículos.
Em 1995, a ponte foi destruída e arrastada por uma enchente. Posteriormente foi restaurada e revitalizada pelo Governo do Estado, o que custou aos cofres públicos aproximadamente R$ 300 mil.
Para a recuperação da estrutura, foi utilizado 90% do material original que estava retorcido após o incidente.
VLT
Com pouco mais de 34% das obras concluídas, as obras do VLT estão sendo executadas pelo Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.
O novo modal será implantado em dois corredores estruturais do transporte coletivo e passará pelas principais avenidas da Capital e de Várzea Grande, entre elas a Fernando Corrêa da Costa, onde está situada a Ponte de Ferro.
Ao todo, o metrô de superfície percorrerá 22,2 km, divididos em dois eixos. A Ponte de Ferro está situada no eixo 2, que fará a ligação entre o Centro e a região do Coxipó.
Esse eixo terá 7,2 km, com um terminal de integração no Coxipó.
O Eixo 1, que ligará a região do CPA, em Cuiabá, ao Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, terá 15 km. Esse trajeto contará ainda com dois terminais de integração (CPA e André Maggi).
Em toda a extensão do VLT, serão construídas 33 estações (22 no Eixo 1 e 11 no Eixo 2), bem como três terminais de integração e obras de arte (viadutos, pontes ou trincheiras), necessárias para a implantação do modal.
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