Editorial: TAV virou uma piada de mau gosto

Tivemos outro adiamento da licitação internacional para a construção do trem-bala, oficialmente Trem de Alta Velocidade (TAV), marcada justamente para esta segunda-feira, dia 19 de agosto. O trem ligará Rio de Janeiro, Campinas e São Paulo. O valor previsto no orçamento do governo para o ano que vem destinado à elaboração do projeto executivo do TAV é R$ 267 milhões. O projeto executivo é o conjunto de estudos técnicos detalhados que servem para embasar a obra.  Se fosse mesmo hoje a licitação, haveria apenas um concorrente, o que seria ruim, ainda mais em meio às denúncias de cartel envolvendo a poderosa multinacional Siemens. O TAV está previsto para começar a operar em 2020, e a licitação será realizada em 2014. Ministros afirmaram que o que foi adiado foi a licitação para operação e transferência de tecnologia, mas a nova data não vai comprometer a implantação do trem-bala, mesmo sendo o quarto adiamento, o que, convenhamos, parece brincadeira de mau gosto. Trata-se de uma obra complexa não só no Brasil como em qualquer outro país que implementou um trem de alta velocidade, e precisamos da tecnologia estrangeira, que não temos, ainda.


Mas enquanto isso ocorre, há que se lembrar de Nicolau Maquiavel, que nasceu em Florença em 1469 e faleceu na mesma cidade em 1527. Tornou-se conhecido pelo seu primeiro livro, O Príncipe, no qual derruba os biombos da hipocrisia ao defender que um governante, para chegar ao poder e se manter nele, deve, às vezes, abrir mão de seus princípios éticos e morais e recorrer até mesmo a meios cruéis como a eliminação física de seus inimigos. Com um ou outro agente público, parece servir como uma luva tal descrição. O preço do TAV começou em R$ 35 bilhões, e as estimativas hoje passam dos R$ 50 bilhões, mas os projetos precisam ser adequados às questões e às situações que surgem. Tudo bem, desde que não sejam falcatruas, como é comum no Brasil. Sendo a razão a luz do mundo moral e intelectual, aceita-se o adiamento em nome da prudência. Então, que outros projetos menos grandiloquentes sejam tocados, enquanto se aguarda o Trem de Alta Velocidade. No entanto, nos governos, muitos se perdem no abstrato quando se alongam nas decisões concretas. Por isso, antes de prometer, os dirigentes públicos e privados devem deliberar, planejar e, só então, decidir. O governo federal diz que o que importa é que é tudo transparente, e a União tem apresentado em todos os estágios as informações sobre o TAV.


Entretanto, o fato é que os adiamentos afetam a confiabilidade do projeto, apesar de a confiança ser medida pelo nível de investimentos estrangeiros no País, no qual o Brasil ocupa uma posição privilegiada. Isso mostra que há investidores querendo vir, evidentemente. É bom que o País conte com um programa de concessões ousado e importante, que prevê, só em quatro modalidades de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, investimentos de R$ 240 bilhões. Então, é preciso dar o obséquio da paciência aos responsáveis pelo trem-bala, ou seremos como aquelas pessoas que falam mal de tudo e de todos, e, ao final, nós é que ficaremos com a pecha de que não prestamos para nada.

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