Produtores investem para serem operadores

Açúcar e celulose estão entre os segmentos líderes no uso do transporte ferroviário e nos investimentos privados no setor, com destaque para empresas como Cosan, Copersucar e Suzano. A Cosan, controladora da Rumo Logística, quer ampliar sua presença na área. Uma das metas da Cosan Infraestrutura, criada em junho, é a formação de uma Operadora Independente para participar das licitações do Programa de Investimento em Infraestrutura (PIL) – outra era a aquisição de parte do bloco de controle da ALL, operação abortada no mês passado. Em agosto, o Valor apurou que o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) estaria avaliando aporte em torno de R$ 1 bilhão na empresa. “Temos interesses no segmento ferroviário se a legislação for adequada”, diz o presidente da Cosan Infraestrutura, Julio Fontana.


A meta é participar também dos leilões de portos. “Como operador ferroviário independente, estamos analisando oportunidades em Santos, Paranaguá e relacionadas a líquidos no Norte, com foco em grandes commodities – fertilizantes, grãos, celulose e açúcar”. As principais dúvidas, segundo ele, estão relacionadas à regulação a respeito do direito de passagem, levando em conta a mistura de concessões em diferentes moldes. “Sem interfaces entre ferrovias extremamente claras, pode matar a operação”, diz, acentuando a necessidade de clareza e penalidades rigorosas.


Este ano, os investimentos da controlada Rumo Logística no setor somaram R$ 400 milhões, parte dos R$ 1,4 bilhão previstos para acentuar a migração do açúcar do modal rodoviário para o ferroviário. O objetivo é trocar o uso de 30 mil caminhões por mês pelos trens para transportar 11 mil toneladas de açúcar e grãos até 2015.


No ano passado, foi inaugurada a primeira fase do terminal intermodal de Itirapina, que consumiu R$ 100 milhões em um armazém de 110 mil toneladas, uma tulha ferroviária para expedir 44 mil toneladas e um ramal ferroviário de 5,6 quilômetros que suporta 250 vagões. Até 2015 serão mais R$ 100 milhões para três armazéns e expansão da capacidade de carregamento para movimentar até 12 milhões de toneladas de açúcar e grãos. O objetivo é fazer do terminal um porto seco, para exportação direta por Santos. “A meta é movimentar 80% do açúcar por ferrovia, acima do que ocorre hoje com grão de soja, em torno de 60%”, diz Fontana.


Outros investimentos foram direcionados ao terminal portuário em Santos, com reforma das moegas, substituição de ship loaders e construção de novo armazém com capacidade para 100 mil toneladas, cinco vezes mais que o anterior, além da aquisição de um terminal pronto em Sumaré. A nova infraestrutura dos terminais de transbordo e de Santos vai permitir dobrar a capacidade de 10 milhões para 20 milhões de toneladas até o fim do ano que vem. Em material rodante, foram investidos mais R$ 500 milhões na aquisição de 50 locomotivas e 929 vagões e, até o fim do ano que vem, estará pronta a duplicação do gargalo ferroviário entre Sumaré e Santos, no valor de R$ 560 milhões.


O plano de investimentos de R$ 2 bilhões da Copersucar em infraestrutura logística até 2015 engloba duas obras já concluídas que elevaram a capacidade de transporte de açúcar pelo modal ferroviário. Em março de 2012 foi inaugurado o Terminal Multimodal de Ribeirão Preto, onde um dos destaques é a “Pêra Ferroviária”, um desvio de 2,8 quilômetros da linha principal que permitiu a elevação da capacidade de expedição para 10 mil toneladas diárias com destino ao Porto de Santos, com ganhos de produtividade superiores a dez vezes em relação à estrutura anterior. A operação ferroviária é parceria entre Copersucar e Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), atual VLI, cujo contrato permitiu a reforma de 500 vagões tipo Hopper, dedicados à Copersucar.


Em junho último, foi a vez da inauguração do Terminal Açucareiro (TAC) de Santos. Uma das principais estruturas do terminal é a moega rodoferroviária, com capacidade de descarga simultânea de até seis vagões de alta performance, que reduziu o tempo total de permanência dos três no sistema portuário de 30 para 16 horas e rendeu maior eficiência de recepção e descarga – de 18 mil para 36 mil toneladas diárias. “As obras possibilitarão o aumento da participação do transporte ferroviário, de 30% para 70% do volume embarcado”, registra o diretor-presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.


A Suzano adotou as ferrovias locais, sem transbordo de carga, para a logística outbound de sua unidade Maranhão, estrategicamente localizada para a distribuição de celulose aos mercados internacionais. O escoamento da produção está garantido por contrato de logística em que a Vale assume a responsabilidade pelo transporte da celulose (entre 2014 e 2043) da nova unidade de produção, valendo-se das Ferrovias Carajás e Norte-Sul.


O ramal ferroviário da Suzano no Estado consiste em uma telha ferroviária para transporte dentro da fábrica e mais um trecho de ferrovia de 28 quilômetros, até a ferrovia Norte-Sul, de onde percorrerá mais 100 quilômetros até a ferrovia Carajás, totalizando 630 km de trecho ferroviário até Porto de Itaqui, em São Luis, de onde a celulose será destinada aos Estados Unidos e à Europa. A empresa está investindo cerca de R$ 100 milhões na construção do ramal ferroviário de 28 km.


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