Editorial: Com atraso, mas as ferrovias estão chegando

Quando pequenos, os meninos geralmente diziam que queriam ser maquinista ou bombeiro. Sabe-se lá por qual razão essas duas profissões fascinaram e povoaram o imaginário infantil dos que hoje têm 60 anos ou mais. Mas, da fantasia à realidade, o que se vê são corpos de bombeiros mal estruturados materialmente e o abandono quase que total das ferrovias, salvo a Norte-Sul, iniciada por José Sarney (PMDB), combatida ferozmente pelo então oposicionista Lula da Silva (PT) e hoje sendo impulsionada pela atual presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Como no amor, a política tem razões que a própria razão desconhece. Pelo menos no Brasil. Por isso, não surpreende quando se sabe que a solução dos entraves mais urgentes para o setor ferroviário demanda investimentos de R$ 35,8 bilhões até 2025, de acordo com estimativa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). A pesquisa CNT mostra ainda que, para uma rede ideal de ferrovias, seria necessário um plano mais longo de investimentos que engloba R$ 64,5 bilhões também até 2025. Esse plano incluiria ainda a duplicação e recuperação de ferrovias. Com esses investimentos, a participação das ferrovias no transporte de carga passaria dos atuais 25% para 38%.


Porém, eis que surge, além do apito do trem antes da última curva para chegar na bucólica estação, uma notícia auspiciosa: a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou a abertura do tráfego comercial de cargas no trecho da ferrovia Norte-Sul compreendido entre os pátios de Porto Nacional, no quilômetro 720, e Gurupi, no quilômetro 940. O segmento em questão, operado pela estatal Valec, fica entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), foi inaugurado em maio e possui 855 quilômetros de extensão. O melhor de tudo é que, quando estiver concluída, a Ferrovia Norte-Sul, conhecida como EF-151, terá mais de mil quilômetros, entre o município paraense de Barcarena e a cidade de Rio Grande, aqui no Rio Grande do Sul.


O Brasil fez uma opção nada obsequiosa pelo rodoviarismo no final dos anos de 1950, quando Juscelino Kubitschek atraiu a indústria automobilística para o nosso País. Foi bom e, junto, veio muito desenvolvimento. No entanto, o planejamento, como até hoje, ficou pelo caminho esburacado, desde então, das nossas ainda poucas rodovias pavimentadas, seja em cimento ou asfalto. De lá a esse data, o que tem aumentado é a frota nacional de automóveis, camionetes e caminhões, sem a correspondente malha rodoviária. Entra presidente e sai presidente e temos obras feitas após graves problemas. Além do mais, a burocracia emperra, como no caso da duplicação da BR-101, que dificilmente ficará pronta antes de 2015, talvez até mais longe. Por isso, seria interessante que a governadora insistisse em ligar Porto Alegre com Pelotas e Rio Grande por via férrea. Hidrovias e ferrovias, sabemos também desde quando queríamos ser bombeiros ou maquinistas, são modais de transportes mais baratos e seguros do que os milhares de caminhões que poluem, causam acidentes e entopem as rodovias brasileiras de Norte a Sul. Isso quando elas existem. Então, que venham os trens, apitando, com cargas e passageiros. O Brasil precisa de mais ferrovias e hidrovias com urgência.

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