Cidades brasileiras que sediaram jogos da Copa do Mundo ainda têm obras prometidas, mas que não ficaram prontas, três meses depois de encerrado o Mundial. A reportagem é de Alessandro Torres.
O vídeo mostra ruínas do que seria um legado da Copa do Mundo. A obra de ampliação do aeroporto de Fortaleza foi interrompida em maio, mês em que deveria ser entregue. O consórcio só conseguiu realizar 15% do projeto de R$ 336 milhões. Recebeu quase R$ 80 milhões por isso. Agora a Infraero está cobrando multa de 10% do valor do contrato pelo atraso e busca, nas outras empresas que participaram da licitação, uma proposta para dar andamento à obra.
“Mais uns 90 dias para elaboração do processo licitatório, processo administrativo de licitação, acredito que até março de 2015 nós estaremos com a empresa habilitada iniciando as obras no aeroporto de Fortaleza”, afirma o diretor de Engenharia da Infraero, Adilson Teixeira.
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Três meses depois da Copa, as melhorias no aeroporto de Manaus também não foram concluídas. De acordo com a Infraero, a nova previsão é para terminar em dezembro. Atraso também nas obras de pavimentação, esgoto e drenagem em Natal e de uma faixa de ônibus que deveria cruzar parte da cidade. O prazo agora é para entrega só no fim de novembro. No Recife, a implantação de três corredores de ônibus ficou para o último dia do ano.
Das 15 obras previstas para o Mundial em Porto Alegre, só três estão concluídas. O atraso é atribuído à demora da Justiça nas desapropriações de terreno, escassez de material e imprevistos que exigiram adaptações aos projetos. Em Cuiabá, a entrega do VLT, Veículo Leve Sobre Trilhos, foi adiada para o final do ano que vem. Já o de Brasília teve o projeto reiniciado depois que a Justiça determinou a suspensão das obras e anulou a licitação original por irregularidades no edital.
Em Fortaleza, o VLT também não passou de uma promessa para a Copa do Mundo: a obra foi paralisada dois meses antes do Mundial, aguarda uma nova licitação, e o que sobrou dela continua alterando a rotina dos moradores.
Os motoristas têm dificuldade em passar pela avenida, que foi parcialmente interditada com a obra. O serviço de drenagem, interrompido, acumula água.
“Aqui é um verdadeiro atentado à saúde pública, à saúde da população”, diz o empresário Ronald Frota Alencar.
O material de construção virou entulho. “Quase todos os dias aqui no nosso ponto comercial é muito assalto, a gente presencia. Chegam até a entrar no nosso estabelecimento”, reclama a comerciante Maria Auxiliadora de Almeida.
Sem previsão de andamento, a obra trouxe apenas decepção para os moradores.
“Ia passar um VLT, então esse bairro ia se valorizar. Mas, infelizmente, nada disso se realizou”, lamenta o aposentado Francisco Péricles Correia Lima.
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