Agrex faz aporte em estação de transbordo em Tocantins

Diante da necessidade logística do país de desconcentrar o escoamento de parte de sua produção agrícola por rotas e portos ao norte, a Agrex do Brasil, subsidiária da Mitsubishi Corporation, decidiu investir R$ 25 milhões para instalação de um terminal de transbordo ferroviário no pátio intermodal de Porto Nacional, em Tocantins, município distante 25 quilômetros de Palmas.

Com capacidade estática para 90 mil toneladas e programado para movimentar até 800 mil toneladas por ano, o terminal será inaugurado amanhã. A estratégia central é escoar pelo porto de Itaqui, no Maranhão, sobretudo soja e milho provenientes de sua comercialização e produção próprias.

Para isso, o CEO da companhia, Paulo Fachin, afirma que a empresa usará trecho da Ferrovia Norte-Sul, que já está em funcionamento e está localizado às margens do terminal no município tocantinense. A Agrex atua como trading, comercializando grãos, além de ter lavouras de soja e milho nos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Goiás.

“A empresa já opera um terminal às margens da Norte-Sul em Porto Franco, no Maranhão. Este em Porto Nacional é o primeiro no Tocantins e irá ajudar a empresa a fomentar suas atividades de originação de soja e milho diretamente com os produtores locais, como também prover serviços de recepção de grãos e expedição ferroviária”, disse Fachin ao Valor.

O foco inicial é atender a produção de aproximadamente 60 agricultores da Bahia e do Tocantins, com estimativa de movimentar 250 mil toneladas e utilizar uma capacidade de armazenamento de apenas 17 mil toneladas em 2015. “Para este terminal ser competitivo, com cargas vindo do leste de Mato Grosso, há necessidade da conclusão de alguns investimentos, principalmente a TO-500 [rodovia estadual]”, afirmou ele.

Fachin afirmou que o pátio intermodal de Porto Nacional – controlado pela estatal Valec, que constrói e opera malhas ferroviária no país – funciona como porto seco e serve de operação de recepção, beneficiamento e embarque de grãos que saem em vagões com destino ao porto de Itaqui. Com a entrada do terminal da Agrex, ele avalia que haverá um aumento de oferta de serviços portuários em Itaqui e consequentemente queda de preços.

“Neste caso, há a expectativa de que os preços dos serviços portuários sejam menores em função da entrada em operação do terminal de grãos”, afirmou.

Além da demanda gerada pelo escoamento de produtos agrícolas que serão posteriormente exportados pelos portos da região Norte, o pátio de Porto Nacional também é usado atualmente para movimentar combustíveis. A Valec arrenda terminais no local para a Petrobras Distribuidora e a Raízen. O contrato de arrendamento com a Agrex Brasil, assim como os contratos com as demais arrendatárias, tem um prazo de 15 anos.

 

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