Com uma visão favorável para as duas empresas, a Fator Corretora reassumiu e iniciou, respectivamente, a cobertura dos papéis ordinários do grupo de ferrovias América Latina Logística (ALL) e da Cosan Logística com recomendação “overweight” (correspondente à acima da média do mercado, ou compra). O preço-alvo estabelecido para as ações da ALL, de R$ 6,20, implica valorização potencial de 67,1%, enquanto o preço para Cosan, de R$ 4,50, representa possível alta de 110,3% em relação ao valor de fechamento de segunda-feira, dia 2.
Desde sua estreia, em 6 de outubro de 2014, os papéis da Cosan Logística acumulam queda de nada menos que 49%. No mesmo período, as ações da ALL recuaram 41,4%.
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A avaliação favorável sobre a consolidação da fusão entre ALL e Rumo Logística, controlada pela Cosan, é o ponto de partida da análise da equipe da Fator, em relatório escrito por Artur Losnak e Yannick Bergamo. Os analistas esperam que a nova companhia seja mais rentável que cada empresa de forma isolada.
Conforme a análise da Fator, tanto a ALL quanto a Rumo se beneficiam de uma perspectiva de exportações agrícolas fortes, em meio ao aumento do consumo de grãos pela China e aos gargalos logísticos brasileiros para transportar os produtos aos principais portos. Apesar desse cenário, a ALL enfrenta problemas nas condições da malha, o que prejudica seu crescimento, enquanto a Rumo tem como desafio um potencial limitado, diante de condições não tão promissoras para o açúcar.
Os analistas dizem acreditar que, com o preço atual das ações e considerando a manutenção das condições anunciadas da fusão, este seria o melhor ponto de entrada para os papéis da Cosan Logística, devido ao maior desconto.
Para a Fator, o principal aspecto a ser resolvido na fusão será o encerramento do litígio bilionário entre as duas empresas em torno de um contrato de transporte de açúcar firmado em 2009. Atenta aos resultados do acordo, a corretora assinala que a Rumo poderá se expor a outras commodities agrícolas além do açúcar e se expandir para outras regiões nas quais a ALL atua. O grupo ferroviário, por sua vez, poderá ter melhores chances para renovar concessões.
Questões judiciais envolvendo a ALL respondem pelo principal risco à tese de investimentos da Fator, o que inclui pendências da antiga Brasil Ferrovias (comprada pela ALL), a reprovação ou a imposição de determinadas condições à fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a desverticalização do setor ferroviário pelo governo, o que poderia pressionar as tarifas para baixo.
Em dezembro, a Superintendência-Geral do Cade negou a operação de fusão entre ALL e Rumo como foi apresentada e defendeu a imposição de medidas para o negócio receber a aprovação final. De toda forma, a última palavra será do Tribunal do órgão antitruste.
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