Brado vai se tornar OFI e transportar contêineres na FNS

A Brado Logística, empresa especializada no transporte de contêineres da ALL, anunciou ontem (07/04/15), durante a Intermodal, em São Paulo, que pretende iniciar o transporte de mercadorias como Operador Ferroviário Independente (OFI) na Ferrovia Norte-Sul (FNS) a partir de 2016. Com isso, a Brado deixará de atuar apenas na malha ferroviária ao sul do País (na malha da ALL), estendendo sua presença à região Norte.

O objetivo é transportar contêineres fazendo a ligação entre os mercados do Sul e do Sudeste às regiões Centro-Oeste e Norte, conectando a Zona Franca de Manaus aos principais mercados consumidores do País. Dessa forma, produtos de consumo e insumos para a produção industrial seriam levados ao Norte, e seus produtos acabados seriam distribuídos no sul do Brasil.

Para isso, a Brado aguarda a aprovação definitiva, para os próximos dias, como OFI por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O governo tem interesse em abrir o trecho da FNS entre Anápolis e Palmas (TO), gerenciado pela Valec, à operação de OFIs. Outras empresas, como a VLI e a Tora Logística, também têm interesse em operar no trecho.

“Há muito potencial na Norte-Sul e ficamos gratos em conseguir realizar este projeto. Queremos ser o primeiro operador intermodal ferroviário a atuar no modelo de concessão horizontal no Brasil”, afirma Alan Fuchs, presidente da Brado.

De acordo com Adriano Bernardi, Diretor Financeiro da Brado, a empresa estuda como fazer a operação no trecho entre Palmas (TO) e Imperatriz (MA), provavelmente como cliente da VLI, concessionária do trecho. Entre Palmas e Anápolis, a Valec é a concessionária. Ainda segundo ele, o plano é utilizar, de início, vagões com capacidade de transportar contêineres de 40 pés, mas, posteriormente, deverão ser usados vagões para contêineres de 50 pés e vagões double-stack (para transporte de contêineres empilhados).

Segundo Bernardi, o transporte de vagões de 50 pés é viável pois não se trata de uma operação integrada ao transporte marítimo (que adota o padrão de 40 pés nos contêineres), o que elevaria a capacidade de transporte de mercadorias no trecho. Quanto ao uso dos vagões double-stack, a FNS não oferece restrições de altura similares às que existem em outros trechos ferroviários do País (como nos túneis da Serra do Mar) onde são transportados contêineres.

A operação da Brado entre Manaus e São Paulo se servirá de três modais: fluvial, com barcaças entre a Zona Franca e Belém (PA), rodoviário, entre Belém e o terminal intermodal rodoferroviário da Brado em Imperatriz (MA), e ferroviário, até o porto seco de Anápolis (GO). De lá, as cargas seguem por caminhão a São Paulo. O transporte por trem poderá ser estendido quando a Valec finalizar o trecho entre Anápolis e Estrela D’Oeste (SP) da FNS, previsto para 2016.

Para essa operação na FNS, a Brado fará um investimento de R$ 150 milhões, que incluirá a construção de um novo terminal em Imperatriz e a aquisição de vagões, contêineres e carretas.

Inicialmente, a empresa planeja transportar, em 2016, 14 mil contêineres na FNS, com duas frequências por semana (dois pares semanais de trens) entre Imperatriz e Anápolis, e o mesmo outro sentido. Até 2018, a empresa espera conquistar aproximadamente 25% do mercado de transporte de cargas, com 37 mil contêineres/ano nesse trecho.

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