Uma missão técnica do governo brasileiro deverá embarcar para a China em
julho, com o objetivo de avançar nas negociações em torno da implantação do
novo fundo anunciado pela presidente Dilma Rousseff e pelo primeiroministro
Li Keqiang para financiar projetos de infraestrutura. Paralelamente
à visita de Li a Brasília, em maio, um memorando de entendimento assinado
entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Industrial and Commercial Bank
of China (ICBC) prevê a criação do fundo. Na ocasião, os dois países falaram
numa cifra de US$ 50 bilhões ¬ basicamente, verbas chinesas geridas pela
Caixa.
Desde o anúncio, pelo menos a cada 15 dias, teleconferências entre equipes
das duas instituições financeiras têm ocorrido para aprofundar a formatação
do fundo. O atual momento, segundo fontes que acompanham o assunto, é
de conhecimento dos arcabouços jurídicos brasileiro e chinês. Isso está sendo
feito para avaliar as possibilidades de execução das operações financeiras
necessárias a fim de que os recursos ingressem no Brasil e sejam destinados
aos investimentos em infraestrutura. O grupo de trabalho entre Caixa e ICBC
deve funcionar até o fim de agosto.
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Na sexta¬feira passada, na declaração final da 4ª Reunião da Comissão SinoBrasileira
de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), o vicepresidente
Michel Temer e o vice¬primeiro¬ministro Wang Yang reiteraram o
interesse na pronta implementação do memorando de entendimento. Uma
das grandes dúvidas na iniciativa privada continua sendo a mesma de antes:
se projetos de infraestrutura de energia e de transportes, por exemplo,
poderão receber financiamento do novo fundo mesmo se uma empresa
chinesa não ganhar a licitação pública ou não for contratada como
fornecedora de equipamentos ¬ turbinas para hidrelétricas ou trilhos para
ferrovias.
Temer e Wang também anunciaram a decisão de criar o Fundo Brasil¬China
de Cooperação para a Expansão da Capacidade Produtiva. Esse fundo, que
não deve ser confundido com o financiamento do ICBC a projetos de
infraestrutura, teria US$ 20 bilhões ¬ os chineses se dispõem a fazer um
aporte de US$ 15 bilhões e o Brasil entraria com a parte restante. Os aportes
ocorreriam conforme avanços na definição dos projetos prioritários,
especialmente em logística e na indústria, inclusive por meio de joint venture
com companhias locais.
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