Livro resgata luta dos ferroviários da Sorocabana de 38 a 70

Uma história marcada por lutas e intensa repressão. Esse é o mote de “Sorocabana União e Luta – Uma estrada de ferro no coração do Brasil”, sétimo livro do militante político e memorialista da esquerda Antonio Pedroso Jr. A obra foi já foi lançada em São Paulo e aqui na cidade.

O autor relata o histórico de mobilização dos trabalhadores da ferrovia desativada em 2002, que ligava Presidente Prudente a Santos e tinha um ramal de ligação com Bauru, desde 1938, durante a ditadura de Getúlio Vargas até 1970, auge do regime militar.

O trabalho de pesquisa durou três anos e demandou intenso trabalho de pesquisa nos arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

“Lá eu encontrei muita coisa, inclusive fotografias. A oralidade também foi importante, mas são poucos os militantes vivos hoje. Além disso, apenas dois deles deixaram relatos escritos: Franciso Ramires e Guarino Fernandes, que escreveram livros sobre suas lutas”, conta Pedroso.

O autor diz que as mobilizações em Bauru eram intensas, inclusive em função da existência de outras ferrovias que cortavam a cidade.

“A categoria foi muito importante para a conquista de direitos trabalhistas. É interessante frisar que, embora previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) do Getúlio, o décimo terceiro salário só começou a ser pago em 1962. E os ferroviários foram os primeiros a receber, a custo de greve e muita briga”.

O mesmo Vargas já havia proibido, na década de 1930, a organização de servidores públicos e de autarquias em sindicatos. Por esse motivo, os trabalhadores da ferrovia criaram a União da Sorocabana para reivindicar melhores salários, condições de trabalho e melhoras na ferrovia

A repressão foi intensa, inclusive, no intervalo entre as duas ditaduras instauradas no Brasil no período abordado pelo livro de Pedroso. O autor cita episódio ocorrido em 1948, quando o então governador Ademar de Barros interviu na associação dos funcionários e prendeu mais de 50 ferroviários.

A maior parte desses trabalhadores foi reintegrada ao serviço no governo Jânio Quadros. Porém, em 1964, quando Barros voltou ao comando do Estado de São Paulo demitiu outros 43 empregados da Sorocabana. “Dentre eles, estava o meu pai. Faltavam 28 Nossos bairros importam, porque nos conectam com a cidade dias para que ele aposentasse”, relembra o autor.

Onde encontrar

Esquerda Marxista Bauru – Rua Azarias Leite, 7-54
Mercado Livre: http://www.mercadolivre.com.br
Expressão Popular: http://www.expressãopopular.com.br

 

Fonte:  JC Net

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