BNDES recompra bônus no exterior

Em menos de uma semana, duas empresas, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil (BB), anunciaram a recompra de bônus no exterior por meio de uma transação financeira conhecida como “tender offer”. Nesse desenho, as companhias recompram os bônus globais a um preço pouco acima do valor do mercado. Como os valores dos títulos negociados no secundário já estão baixos devido à incerteza do investidor com a instabilidade política e econômica, as companhias conseguem recomprá-los por um bom preço e ainda reduzir a dívida em dólar.

Ontem, o BNDES avisou aos investidores que vai recomprar três vencimentos de bônus globais cujo valor em circulação chega a US$ 3,75 bilhões. O BB já havia anunciado a recompra de até US$ 600 milhões, na semana passada. “Essas operações demonstram que os bônus estão baratos. A instituição que recompra seus títulos a preços descontados está fazendo um bom negócio”, diz Cid Oliveira, diretor de renda fixa internacional da XP Gestão.

A oferta do BNDES será encerrada na sexta-feira, às 11h59, pelo horário de Nova York, mas poderá ser prorrogada caso o banco decida pela ampliação do prazo. O valor total de bônus que pode ser adquiridos ainda não foi definido. O BNDES pretende pagar até US$ 951,10 por cada US$ 1.000 em valor principal dos bônus com vencimento em 2019 e que pagam juros de 4% ao ano aos credores. Para os títulos com vencimento em 2020, o pagamento será de US$ 973,70 por cada US$ 1.000 em valor principal e que pagam juros de 5,5% ao ano. Os papéis que vencem em 2023 terão valor de recompra de US$ 930,70 por cada US$ 1.000 em valor principal e pagam juros de 5,75% ao ano.

O Banco do Brasil fará a recomprar de duas séries de bônus perpétuos que pagam juros de 9% e 9,25% ao ano. O banco também vai recomprar papéis com vencimento em 2022. A oferta de recompra, que ocorre até 9 de dezembro, terá a primeira data de corte (“early tender date”) em 24 de novembro.

Nos últimos dois meses, cinco outras companhias anunciaram a recompra de até US$ 800 milhões em bônus. Nos próximos cinco anos, os vencimentos globais chegam a US$ 155 bilhões.

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