O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo trabalha atualmente no desenvolvimento de instrumentos para permitir a inclusão de “novas classes de investidores” e elevar o nível do financiamento privado, principalmente em infraestrutura. “Estamos trabalhando em instrumentos financeiros que permitam expandir enormemente o financiamento privado, alcançando novas classes de investidores”, afirmou.
Segundo Levy, as oportunidades trabalhadas estão voltadas ao investimento em renda fixa. “Vamos ter que ser capazes de atrair o investimento privado, tanto dos brasileiros como dos estrangeiros. Para isso, um dos caminhos mais produtivos é através da renda fixa. O objetivo é construir instrumentos financeiros que ampliem a base de investidores na infraestrutura. É um desafio que temos que enfrentar”, afirmou.
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O trabalho mencionado por Levy para o desenvolvimento desses instrumentos decorre de alterações regulatórias feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) neste mês. As medidas trazem maior flexibilidade para aplicações de investidores institucionais em planos de previdência complementar – o que pode trazer fôlego novo para emissões locais de longo prazo. Ainda é preciso regulamentar as medidas e as alterações devem demorar de três a cinco anos para produzir efeitos concretos no mercado de capitais. Entre as principais alterações está o aumento da participação das debêntures de infraestrutura nas carteiras dos fundos e a criação da alternativa de os papéis serem garantidos por títulos públicos federais.
As declarações de Levy sobre a busca por maior financiamento foram dadas em evento sobre infraestrutura em Brasília. Segundo ele, os investimentos no setor serão responsáveis por gerar crescimento em 2016. “No Brasil, como em outros países, o investimento em infraestrutura será um dos principais vetores do crescimento. É questão de urgência. O crescimento em 2016 será dado parte no que já acontece, como no câmbio que permite turismo e substituição de importações. Mas a infraestrutura será muito importante, sendo que no curto prazo ela gera demanda e no médio prazo ela amplia a oferta e nos torna mais fortes e eficientes”, afirmou.
O governo tem um plano de concessões em logística – lançado em junho -, mas até agora não houve leilões. O plano reúne projetos de R$ 198,4 bilhões em investimentos em ferrovias (R$ 86,4 bilhões) rodovias (R$ 66,1 bilhões), portos (R$ 37,4 bilhões) e aeroportos (R$ 8,5 bilhões). Desse total, R$ 69 bilhões serão aportados até 2018.
Com as grandes empreiteiras ainda sob efeitos da Operação Lava-Jato, o governo busca empresas menores e companhias estrangeiras para participar dos investimentos. A melhora nas condições de crédito é justamente um dos pontos em que o governo trabalha para facilitar a concorrência.
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