Transnordestina afirma que por rádio proibiu metrô de seguir

Funcionários da Ferrovia Transnordestina prestaram depoimento à polícia na terça-feira (17) sobre o acidente envolvendo o metrô de Teresina, que deixou dois mortos e um ferido na semana passada. Segundo o delegado Flávio Rangel, responsável pelo inquérito, os servidores afirmaram ter proibido o metrô de seguir viagem por rádio. Além disso, eles garantem que possuem áudios comprovando a autorização para o trem continuar nos trilhos.

“Eles relataram que ainda estavam fazendo a manutenção da ferrovia e a previsão de terminar era às 16h. Quando foi às 15h30, os funcionários da Transnordestina estavam voltando para o pátio de manobras e a linha férrea não estava liberada, então alertaram a Companhia Metropolitana do atraso e foram autorizados a voltar para os trilhos. Toda essa comunicação, segundo eles, foi gravada”, revelou o delegado.

Em depoimento, os funcionários relataram que o acordo feito entre as empresas era para que o metrô esperasse na guarita 1, até o trem de carga parar na guarita 2. Depois da manobra, o metrô poderia acessar a ferrovia, mas por algum motivo este se antecipou.

“O pessoal da Transnordestina informou também que o local do acidente é de pouca visibilidade, porque fica depois da passagem de nível da Avenida Higino Cunha e a curva impede a visão de quem vem na Zona Sudeste para o Centro. A distância entre o trem de carga e o metrô era pequena, não houve tempo para frear o suficiente”, comentou.

O delegado Flávio Rangel solicitou às duas empresas as gravações de aúdio para saber se houve ou não falha na comunicação. Na quinta-feira (19) os funcionários da Companhia Metropolitana de Transportes Públicos (CMTP), responsável pelo metrô, devem prestar depoimento.

Causas do acidente

Em nota ao G1, a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), afirmou que a Companhia Metropolitana de Transportes Públicos (CMTP) teria descumprido um procedimento operacional e provocado o acidente entre o metrô de Teresina e o trem de carga.

“As primeiras investigações indicam descumprimento do procedimento operacional pelo Metrô de Teresina, que teria avançado uma SB (seção de bloqueio) sem permissão. O trecho ferroviário onde ocorreu o acidente é compartilhado entre as empresas”, diz trecho da nota. Ainda de acordo com a empresa, SB é quando um trecho fica bloqueado para determinado fim, sendo que fica proibido o uso daquela área para outra atividade.

Também por meio de nota, o governo do Piauí, a quem a CMTP pertence, informou que a viagem do metrô estava prevista. “O trem de passageiro circulou até 9h da manhã e foi recolhido para garagem, pois a Transnordestina iria fazer serviços na linha, como distribuição de brita”.

Antônio Sobral, diretor-presidente da CMTP, afirmou que todas as comunicações realizadas no metrô são gravadas e que esse material será resgatado para que ajude nas investigações que apuram as causas do acidente. A comissão de investigação da companhia tem 30 dias para analisar as comunicações e divulgar laudo oficial sobre as causas do acidente.

Fonte:  Globo.com

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0