A prefeitura anunciou que a primeira etapa para a expansão do serviço de Veículo Leve Sobre Trilho (VLT) para a Zona Sul da cidade começa amanhã, com a publicação da Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) — uma espécie de chamada para empresas desenvolverem o projeto para a linha. O objetivo da prefeitura é ter os estudos até outubro e licitar as obras até o fim do ano. O anúncio foi feito na manhã deste domingo, depois que o VLT realizou o primeiro teste com passageiros no trajeto entre a Rodoviária Novo Rio e a Cinelândia. Na viagem até o Centro, o prefeito Eduardo Paes esteve acompanhado pelo secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, e pelo coordenador municipal de Governo, Pedro Paulo.
— Os pré-projetos apontam uma expansão de 23 quilômetros, até a Gávea. Nosso cronograma é que toda a proposta das empresas interessadas esteja pronta até outubro — explicou Pedro Paulo. — Acreditamos que é possível fazer a obra em dois anos, mas esses prazos ainda dependem da conclusão dos estudos.
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O projeto de apresentação do VLT para a Zona Sul prevê estações na Glória, Flamengo, Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico e Gávea. Boa parte dos bairros por onde o VLT passa não é atendido pelo metrô. Por isso, segundo a prefeitura, a ideia é que os novos trens sirvam para integrar os passageiros aos meios de transporte que percorrem distâncias maiores.
— Talvez, o início da tragédia de mobilidade do Rio tenha começado quando o Rio abandonou os bondes. A gente espera que o VLT seja um novo tempo na mobilidade — disse Eduardo Paes.
No teste deste domingo, o bonde moderno percorreu os 5 quilômetros que separam a rodoviária da Cinelândia em pouco mais de 20 minutos, passando por 16 das 18 estações previstas na primeira fase de operação.
Embora muito silencioso, o novo transporte parecia uma celebridade e arrancou dezenas de selfies por onde passava. A velocidade média foi de 15km/h, mas chegou a alcançar 40km/h em trechos da Zona Portuária. Cada trem do VLT terá capacidade para 420 passageiros e funcionará durante as 24 horas do dia.
Dentro do trem, o prefeito Eduardo Paes testou o aparelho que verifica se o usuário pagou a passagem. Trata-se de um dispositivo semelhante às maquinas de cartão de crédito. Com ele em mãos, o fiscal solicitará ao usuário que aproxime seu cartão pré-pago (Riocard ou Bilhete Único) e o visor exibirá mensagem informando se houve cobrança ou não naquele cartão. O cartão pré-pago é a única forma de pagamento.
Sem catracas ou cobradores, o próprio passageiro deverá validar o bilhete em máquinas no interior do trem. A tarifa é de R$ 3,80. O sistema aceitará o Bilhete Único, que permite fazer duas viagens ao custo de uma só. No caso da terceira perna, o valor da tarifa cairá para R$ 2,10. Quem não validar a passagem estará sujeito a multa estipulada em R$ 170 — que está em fase de regulamentação. Fiscais percorrerão os trens e abordarão passageiros aleatoriamente para checar se o pagamento foi feito.
— É uma mudança de paradigma, uma mudança de cultura. Temos certeza que o carioca e os visitantes vão se adaptar a essa nova mudança — sustentou Rafael Picciani. — Quando se oferece um serviço de qualidade, o cidadão respeita e faz a sua parte.
Desde outubro, os trens já fazem testes noturnos pela Região Portuária, sem passageiros. A partir de agora os testes diurnos pelo movimentado Centro da cidade passará a ser rotina, como preparação para o início de operação com usuários. O primeiro trecho do VLT começa a operar em abril, com 18 estações (da Rodoviária Novo Rio ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Avenida Rodrigues Alves, Praça Mauá e Avenida Rio Branco). O tempo estimado para o percurso é de 30 minutos. De acordo com a prefeitura, o investimento no VLT é de R$ 1,156 bilhão, sendo R$ 624 milhões da iniciativa privada e o restante custeado pela União.
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