Para aliviar seu pesado endividamento em três anos, a Rumo Logística, fruto da fusão com ALL, anunciou ontem que fechou um acordo com bancos comerciais para reestruturar parte de sua dívida bruta, de R$ 8,58 bilhões no fim de 2015. A empresa fez alongamento de prazo com seis bancos para pagar R$ 2,925 bilhões, que venceriam entre este ano e 2018.
Uma das operações foi com os bancos Bradesco BBI, Itaú BBA, Santander, BB-Banco de Investimento e HSBC Bank Brasil, que alterou o perfil de parte de suas dívidas e de controladas. Pelo acordo, as dívidas serão liquidadas antecipadamente com recursos vindos de até duas emissões de debêntures (títulos de dívida) simples, não conversíveis em ações, no montante de R$ 2,375 bilhões.
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A outra foi acertada com o Banco do Brasil nas mesmas condições de prazo para quitar dívidas da ALL América Latina Logística que somam R$ 550 milhões.
O prazo de vencimento das debêntures, a serem subscritas pelos próprios credores, é de sete anos, a partir da data de emissão, com amortização em oito parcelas iguais. A primeira terá vencimento no 42º mês do contrato (três anos em meio), após a emissão.
Além disso, segundo o comunicado, o comitê de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), outro credor da Rumo – além de acionista do bloco de controle -, indicou, em carta, que poderá dar apoio financeiro à empresa, mas isso ainda será submetido à aprovação da diretoria do banco. O mesmo está condicionado à renegociação das dívidas e à realização da oferta restrita via participação da BNDESPar (braço de participações do banco) na referida oferta.
O banco prevê um apoio direto com abertura de uma linha de financiamento de até R$ 1,5 bilhão e, outro, indireto, via linhas de “funding” do BNDES, por meio de repasses de bancos comerciais ou com fianças bancárias, no montante mínimo R$ 1 bilhão. E sinalizou também subscrever até R$ 300 milhões em debêntures conversíveis que Rumo emitir no futuro.
A oferta restrita, de até 1,5 bilhão de ações, com valor mínimo de subscrição de R$ 2 bilhões, no Brasil e exterior, já tem a garantia de R$ 1,09 bilhão – mais da metade – de acionistas. Cerca de R$ 750 milhões da Cosan Logística, pelo menos R$ 100 milhões de Júlia Dora Arduini e R$ 240 milhões do Eminence Capital (12% do valor).
Conforme o comunicado da Rumo, os recursos oriundos do aumento de capital irão para o reforço de caixa e financiamento do plano de negócios da companhia. A empresa tem planos de investir até R$ 7,4 bilhões em suas operações ferroviárias e portuárias no prazo de cinco anos, a contar do início de 2015.
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