A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) vai retomar o projeto “Brites”, um terminal de uso privado (TUP) nas proximidades do porto de Santos (SP). Até o fim do ano o grupo definirá a vocação da área. A ideia é replicar na área o modelo da Portonave, em Navegantes (SC), o terminal de uso privado para contêineres em que a TPI tem um armador âncora como parceiro, a MSC.
“O modelo ainda não está muito bem desenhado. Pode ser com carriers [armadores] ou contratos de ‘ take or pay'”, diz Carlo Bottarelli, presidente da TPI.
A TPI comprou o terreno em Santos em 2008, para fazer um terminal de contêineres. São 2 milhões de metros quadrados, sendo 542 mil metros quadrados utilizáveis, com 1.200 metros de cais.
No fim de 2008 o governo baixou um decreto restringindo que empresas sem carga própria suficiente tivessem TUPs, o que impediu que a TPI, uma prestadora de serviços, conseguisse desenvolver o negócio. Em 2009 a TPI se associou à ALL para criar a Vetria Mineração, um projeto mina-ferrovia-porto que resolveu a barreira da carga própria.
Mas dois fatos subsequentes atingiram o projeto. A nova Lei dos Portos, em 2013, que acabou com a restrição da carga própria, e o preço do minério, que caiu abaixo do ponto de equilíbrio do negócio, viável até US$ 86 a tonelada. Além disso, a fusão entre Rumo e ALL fez a empresa de ferrovia retomar seu “core business”.
Agora, a TPI vai avaliar o que é viável fazer na área e com quem. De saída, Bottarelli cita carga geral – inicialmente sem contêiner-, listando granéis vegetais, boninas, açúcar, entre outros. Ressalta que criar mais espaço hoje em Santos para movimentação de contêineres não faz sentido, dado o excesso de capacidade dos terminais no cais santista para essa carga. “Mas daqui a 10 anos pode fazer”, diz. Daí a possibilidade de reservar uma área no lote para esse fim.
“A ideia não é colocar mais nenhum ‘equity’. Nós entramos com o terreno, os estudos ambientais, a licença prévia e mais o contrato de adesão, já assinado”, diz.
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