A mineradora brasileira Vale registrou lucro de R$ 6,311 bilhões no primeiro trimestre de 2016. Em igual período do ano anterior, a companhia mostrou prejuízo de R$ 9,538 bilhões. O número é atribuído aos sócios controladores da companhia, base para cálculo de dividendos. No quarto trimestre de 2015, o prejuízo da empresa foi de R$ 33,156 bilhões.
O resultado obtido entre janeiro e março foi considerado “auspicioso” pelo diretor-executivo de finanças e relações com investidores da companhia, Luciano Siani. Em vídeo na página eletrônica da empresa, ele chamou atenção, ainda, para o fato de que a Vale conseguiu boa performance operacional, mesmo em período conhecido sazonalmente como mais fraco em vendas, como o primeiro trimestre.
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O principal motivo apontado pela Vale para a reversão do prejuízo frente ao quarto trimestre deveu-se principalmente pelo aumento do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda na sigla em inglês) no trimestre, e pelas baixas contábeis (impairments) de ativos não circulantes e de investimentos registrados no quarto trimestre de 2015. Só no ano passado, a Vale registrou R$ 36,280 bilhões em impairments de ativos e de investimentos e em reconhecimento de contratos onerosos.
A receita líquida da companhia no primeiro trimestre foi de R$ 22,067 bilhões, 3% abaixo do observado no quarto trimestre de 2015, mas 22% superior ao registrado em igual período em 2015.
O Ebitda foi de R$ 8,272 bilhões no primeiro trimestre, quase o dobro do observado em igual período de 2015 (R$ 4,337 bilhões). No quarto trimestre daquele mesmo calendário, o Ebitda foi negativo em R$ 31,515 bilhões.
Considerando o número ajustado, que exclui efeitos não recorrentes, o Ebitda foi de R$ 7,685 bilhões, 66% acima do verificado um ano antes. Na comparação com quarto trimestre de 2015, o Ebitda subiu 43%.
A Vale informou também que os custos e despesas totalizaram R$ 17,698 bilhões no primeiro trimestre, redução de R$ 3,719 bilhões quando comparado aos R$ 21,417 bilhões registrados no quarto trimestre de 2015. Os custos e despesas diminuíram principalmente em razão dos menores volumes e menores despesas com SG&A (sales, general & administrative ou despesas administrativas); pesquisa e desenvolvimento; e despesas pré-operacionais. A companhia apontou ainda que sua dívida líquida ficou em US$ 27,661 bilhões nos três primeiros meses deste ano, uma alta de US$ 2,427 bilhões frente ao trimestre inal de 2015. Esse aumento aconteceu por causa do impacto da variação cambial do real na dívida denominada em dólar e ao fluxo de caixa livre negativo de US$ 1,919 bilhão no primeiro trimestre de 2016. Embora o real tenha subido 8,7% na comparação da cotação de 31 de março com a cotação de 31 de dezembro de 2015 – de R$ 3,90 por dólar para R$ 3,56 por dólar -, a moeda brasileira caiu 1,6% se comparadas as médias dos trimestres, com R$ 3,84 por dólar nos três últimos meses de 2015 para R$ 3,90 por dólar entre janeiro e março deste calendário.
Investimentos
A Vale realizou US$ 1,449 bilhão em investimentos no primeiro trimestre deste ano. O valor representou redução de US$ 744 milhões na comparação com quarto trimestre de 2015.
Ao dar mais detalhes, a mineradora informou que os aportes na execução de projetos totalizaram US$ 920 milhões entre janeiro e março. Estes recursos são relacionados ao projeto S11D, no Pará, que terá capacidade de produção de 90 milhões de toneladas anuais.
Além disso, a empresa informou que os investimentos na manutenção das operações existentes foram de US$ 529 milhões no período. Este montante equivale a uma redução de US$ 298 milhões em relação aos US$ 827 milhões registrados no último trimestre de 2015.
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