O governo do estado de Santa Catarina e a iniciativa privada estudam alternativas para transportar milho através de ferrovias. Nesta última sexta, dia 29, o secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, esteve com o vice-presidente das operações Sul da
Rumo ALL, Darlan de David, para tratar da logística de transporte do grão. A intenção é de que a carga saia de Goiás ou de Mato Grosso e seja descarregada em Lages (SC).
O transporte de milho utilizando rodovias e ferrovias pode ser uma alternativa para minimizar os custos de produção de suínos, aves e bovinos em Santa Catarina. Por ser um pólo da suinocultura e avicultura, a produção de milho no estado é insuficiente e o déficit é de aproximadamente três milhões de toneladas do grão por ano. “Santa Catarina tem pouco mais de 1% do território nacional e é o maior produtor brasileiro de suínos, o segundo maior produtor de aves e o quinto maior produtor de leite.
Mesmo com todos os esforços, provavelmente, não seremos autossuficientes na produção de milho. Temos que pensar em alternativas para dar mais competitividade para os produtores catarinenses e o investimento em ferrovias com certeza fará diferença”, afirma o secretário Sopelsa.
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A ideia inicial é que o milho seja carregado em Goiás ou no Mato Grosso, estados com uma grande produção do grão, e seriam descarregados em Lages, de onde seria transportado via caminhões para as agroindústrias ou produtores. Segundo o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Videira, Dorival
Carlos Borga, para minimizar o déficit de milho no estado, trazendo 1,5 milhão de toneladas, seriam necessários 116 vagões por dia, o que representa 39 mil vagões de trem por ano.
Um grupo de trabalho deverá ser criado para analisar a viabilidade técnica e financeira do projeto. Para o vice-presidente da Rumo ALL, Darlan de David, o investimento em ferrovias deve ser encarado como uma solução estrutural para o setor produtivo, por isso a necessidade de um projeto estratégico que pense nas implicações a longo prazo.
Sopelsa acredita que as ferrovias possam consolidar o agronegócio catarinense, mudando a realidade da produção de proteína animal no estado. “Hoje, Santa Catarina tem um grande diferencial que é nossa excelência sanitária, que nos dá acesso aos mercados mais competitivos do mundo. A tendência é o setor de carnes produzir cada vez mais e nós temos que estar preparados para isso. Utilizar as ferrovias pode ser a melhor forma de diminuir custos e melhorar a logística”.
Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa/Epagri) e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne).
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