Greve deve paralisar mais da metade dos trens da França

Enquanto os estoques de combustíveis vão se recuperando, e o movimento de bloqueio de refinarias parece estar perdendo força, a França está prestes a ser afetada por outra paralisação como forma de protesto contra a nova lei trabalhista: a do sistema de trens.

O SNCF, operador nacional dos trens no país, disse que seis dos dez trens de alta velocidade devem circular na quarta-feira, como efeito de uma greve convocada por três sindicatos a partir das 19h desta terça-feira (horário local). Ainda de acordo com o SNCF, menos da metade das composições estarão disponíveis para transporte convencional e outros serviços.

Já o segundo maior sindicato da França, o CGT, também convocou uma paralisação no RATP, responsável pelos ônibus e pelo metrô de Paris, a partir desta quinta-feira. No mesmo dia, o CGT quer uma greve nos portos do país. O sindicato UNSA-INCA, de controladores de tráfego aéreo, farão greve entre os dias três e cinco de junho.

E o principal sindicato de pilotos da Air France, o SNPL, informou que 68% de seus membros votaram por uma greve nas próximas semanas para protestar contra os planos da companhia aérea de reduzir salários.

Situação melhora nos postos

Os estoques de combustível nos postos de combustível melhoraram em relação à semana passada, quando motoristas formaram filas em diferentes locais do país para encher o tanque de seus carros. Cerca de 20% dos postos da França estão sem combustíveis ou com falta parcial deles, informou nesta terça-feira a Union Française des Industries Petrolieres (Ufip). Na semana passada, segundo o governo, eram 30%.

“Não há escassez em um nível nacional, mesmo que ainda possam existir situações complicadas em alguns lugares”, afirmou, em comunicado, Francis Duseux, presidente do conselho da Ufip.

Ainda conforme a Ufip, quatro refinarias do país não estão funcionando, duas trabalham em níveis reduzidos e as outras duas operam normalmente.

A crescente reação dos trabalhadores cria uma situação complicada para o presidente da França, François Hollande. Embora ele tenha voltado a reforçar, nesta terça-feira, que vai levar adiante a reforma, seu governo está buscando um acordo com os sindicatos ferroviários, segundo a agência de notícias AFP.

“A lei proposta não será retirada” garantiu Hollande em uma entrevista ao jornal “Sud Ouest”, acrescentando: “Ela representa progresso útil para nosso país, e eu acredito que temos que levá-la até o fim”.

O governo começou a conversar diretamente com os sindicatos ferroviários nos últimos dias, oferecendo concessões das quais a administração do SNCF discordou. O diretor presidente do SNCF, Guillaume Pepym chegou a ameaçar deixar o cargo em função dessas concessões, de acorod com o jornal “Les Echos”.

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