Metroviários de SP aceitam proposta e desistem de greve nesta quarta

Não haverá greve no Metrô de São Paulo nesta quarta-feira (1º). Os metroviários decidiram aceitar a proposta feita pela empresa de 7,5% de reajuste salarial e mais 2,53% a partir de novembro.

O reajuste vale também para benefícios, como vale-alimentação, vale-refeição e auxílio-creche. O reajuste de 10,03% é índice de inflação do IPC-Fipe para o período.

A decisão foi tomada em assembleia na noite desta terça-feira (31). No mesmo dia, à tarde, em audiência de conciliação entre Metrô e trabalhadores, não houve acordo. Depois de mais de três horas de audiência, os metroviários não aceitaram as propostas feitas pela empresa.

A decisão é uma derrota para o presidente do sindicato, Altino Prazeres, que queria a realização da greve. O sindicato estima a participação de 900 trabalhadores na assembleia.

“Temos que saber ganhar e que saber perder numa greve”, disse Prazeres, após a divulgação do resultado da assembleia.

Para Sergio Magalhães, um dos diretores do sindicato, a população não entenderia uma greve contra o parcelamento do aumento. “Vai parecer para a população que nossa greve é por causa do aumento. Acho que a população não justifica, nessa conjuntura de ataque generalizado à classe trabalhadora. Poucas pessoas vão entender nossa greve pelo não parcelamento do aumento”, disse Magalhães, que apresentou a proposta contra a greve.

Crise financeira

A situação econômica da companhia tem se deteriorado recentemente. No ano passado, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) deu um calote de R$ 66 milhões na empresa, um dinheiro que seria usado para cobrir os custos da política de gratuidades no transporte. Haverá novo corte nos repasses neste ano.

Outro calote do governo paulista ao Metrô, este de R$ 333 milhões, ocorreu para pagar obrigações contratuais com a operadora privada da linha 4-amarela. Sem essas verbas, a companhia é forçada a cortar custos e abrir mão de investimentos e de melhorias no serviço que presta à população e no quadro de funcionários.

O Metrô tem cerca de 9.500 funcionários, sendo que dois terços deles estão diretamente envolvidos na operação dos trens e estações.

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