Temer sinaliza reanalisar trava à Linha 18 do Metrô

O presidente interino do País, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se comprometeram a reanalisar a decisão do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) sobre a Linha 18-Bronze (Djalma Dutra-Tamanduateí), que ligará o Grande ABC ao sistema de Metrô da Capital. No fim do ano passado, a Cofiex (Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, rejeitou pedido de autorização do governo do Estado para captação de recursos estrangeiros para início das desapropriações, o que travou o começo das obras.

A sinalização de Temer e Meirelles foi feita ontem ao deputado estadual Orlando Morando (PSDB-São Bernardo), que participou de encontro com a cúpula do governo. O chefe interino da Nação recebeu cerca de 200 empresários no Palácio do Planalto para debater os rumos econômicos do País e Morando, como vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), esteve presente. Depois da agenda, Temer, Meirelles e ministros almoçaram com alguns convidados – entre eles o tucano de São Bernardo.

“Relatei sobre as travas da Linha 18, obra vital para o Grande ABC. O Meirelles prometeu analisar o caso, pediu para que eu detalhasse os problemas por e-mail e que ele iria ver o que seria possível fazer. Falei para eles que a Linha 18 vai ao encontro do planejamento do novo governo, de retomada de crescimento por meio de investimentos”, afirmou Morando.

Em reunião da Cofiex do dia 15 de dezembro, o governo do Estado foi impedido de contratação de empréstimo internacional US$ 182,7 milhões (R$ 637 milhões) sob a justificativa de falta de comprovação de capacidade financeira de pagamento. Essa verba seria utilizada para desapropriações. A gestão estadual apontou que, sem o dinheiro para as desapropriações, é impossível iniciar as intervenções.

A Linha 18, com 15,7 quilômetros de extensão e previsão é transportar 314 mil passageiros por dia, tem custo estimado R$ 4,26 bilhões no total, sendo R$ 1,92 bilhão responsabilidade do poder público (repartido entre Estado e União) e R$ 1,92 bilhão da iniciativa privada, além de desapropriações. Passará por Santo André, São Bernardo e São Caetano. Com contrato assinado em 2014, o plano inicial era começar as operações em 2017. Não há mais prazo de entrega.

Outras pautas

Segundo Morando, no encontro com Temer foi possível debater as consequências da crise econômica para o Grande ABC, como problemas enfrentados pelas montadoras de veículos na região. “O presidente e o Meirelles disseram que a crise estancou, que o carro vai parar de andar para trás. Então sugeri algumas mudanças para retomada do crescimento, como linhas de crédito, isenção ou redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Falei também sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que está parado. Saí bastante otimista.

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