Como o Brasil está na lista dos principais mercados produtores
de grãos –e com boa expectativa no setor de produção de petróleo–, deverá ser
visto como ponto atraente para o capital estrangeiro.
Taxas negativas de juros na maior parte do mundo e queda nos
preços dos ativos dão boas oportunidades para fundos de investimentos no país.
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A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da
Abag (Associação Brasileira do Agronegócio).
Ele adverte, no entanto, que há muito a fazer quando se
trata de governança e lideranças no agronegócio.
O agronegócio tem de ser protagonista nos momentos mais
críticos da economia, discutindo reformas, como a tributária e a trabalhista,
essenciais para o desenvolvimento do setor.
Para Carvalho, deveria haver um equilíbrio entre agricultura
e indústria. Não adianta tirar imposto de um produto e jogá-lo para outro,
avalia.
CUSTO BRASIL
Condições tributárias e trabalhistas mais eficientes
reduziriam o custo Brasil e tornariam o país mais competitivo, afirma Carvalho.
A agricultura mundial chegou ao limite de exploração em
várias áreas do planeta. Mesmo assim, aumenta a necessidade de fontes de
energia renovável vindas da agricultura, elevando a oportunidade do Brasil,
segundo o presidente da Abag.
Há uma limitação dos recursos. Mas alguns países, como os da
África, sofrem ainda mais do que o Brasil.
Para buscar uma revisão desse modelo atual de lideranças
agropecuárias no país, a Abag fará uma série de discussões em um congresso na
segunda semana de agosto, em São Paulo.
OFERTA DE BOIS CRESCE, MAS MENOS DO QUE SE ESPERAVA
Após ter atingido o menor patamar em 2015, o estoque de bois
aumentará nos próximos anos, mas em ritmo menor do que se previa.
A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) e o Imea
(Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam estoque de machos
de 3,96 milhões neste ano e de 4,01 milhões em 2017. Para 2018, são até 4,49
milhões. A estatística considera estoque os animais machos com mais de 24
meses.
A alta de oferta poderá dar um viés de baixa nos preços.
Isso porque o cenário da demanda interna é incerto, principalmente se persistir
o ritmo baixo da economia.
Até 75% da carne de Mato Grosso fica no mercado interno. Mas
uma reativação da economia segurará o preço.
Fidelização A vinícola Salton lança um projeto de
fidelização de fornecedores. A empresa quer parceria com produtores de uvas,
visando a sustentabilidade das partes envolvidas na produção.
Piloto O projeto-piloto terá participarão de 40 produtores.
Eles devem ter entregue uva para a vinícola nas últimas cinco safras, ter 70%
da produção total de variedades de interesse da Salton e fazer manejo seguindo
as orientações técnicas da empresa.
Contrapartida: Para os que aderirem, a Salton dará
acompanhamento técnico, garantia de compra de uvas por um mínimo de dez anos,
suporte para redesenho dos vinhedos, adequação de variedades e preço mínimo.
Moratória: Em dez anos, a moratória da soja fez o desmatamento
cair 86%. A experiência deveria ser replicada em outras culturas, diz Cristiane
Mazzetti, da campanha Amazônia, do Greenpeace.
Acordo: A moratória é um acordo de mercado, em que os
maiores comercializadores do produto no mundo não compram soja que tenha origem
em desmatamentos.
Soja: As exportações de julho se mantêm aquecidas. Devem
deixar os portos brasileiros pelo menos 6 milhões de toneladas da oleaginosa
neste mês, tomando como base as exportações já realizadas.
Açúcar: As exportações brasileiras de açúcar atingem uma
média de 115 mil toneladas por dia útil neste mês, 35% mais do que em igual
período de 2015. As receitas sobem 54%.
Deficit: Devido a limitações de produção em outros países,
Luiz Carlos Corrêa Carvalho, da Abag, estima que a oferta será menor que a
demanda em pelo menos cinco anos.
Etanol: As exportações de álcool deverão atingir 240 milhões
de litros neste mês, 12% mais do que o exportado em julho do ano passado.
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