Os setores de infraestrutura, agronegócios, saúde e educação
estão na mira dos recursos estrangeiros trazidos ao país por meio de fundos de
“private equity” (que compram participação em empresas), segundo
advogados e gestores da área.
Nas últimas semanas, voltaram a surgir rumores de
transações. Também se viram acordos ligados ao agronegócio, como a participação
que a Warburg Pincus levou da Camil. Mas a estimativa é que após a confirmação
do interino Michel Temer na Presidência, em agosto, uma nova onda virá.
Rogério Gollo, sócio da PwC, diz que já viu um primeiro
impulso quando a chance de afastamento de Dilma Rousseff ficou mais evidente. O
registro da PwC mostra cinco transações com “private equity” em
abril. O patamar subiu para 12 em maio e se repetiu em junho.
“Nota-se pelo telefone, que está tocando de novo. O
investidor pensa que, se esse governo fizer as reformas que está prometendo, o
mercado para ele vender depois, como fazem os “private equities”, vai
estar bem melhor”, diz Renato Soriano, sócio da Rosenberg Partners. O novo
governo promete privilegiar as concessões de infraestrutura.
“Um estudo que fizemos em julho mostrou que 88% dos estrangeiros
pretendem elevar a alocação de recurso em “private equity” nos
próximos três anos”, diz Francisco Sanchez Neto, da Abvcap (associação do
setor).
Os fundos fecharam 2015 com R$ 153,2 bilhões de capital
comprometido, montante 20% superior a 2014.
Para José Diaz, sócio do Demarest Advogados, a forte
instabilidade cambial que marcou os piores momentos da crise política
dificultava a precificação dos ativos.
No setor de saúde, os negócios voltados para medicina
diagnóstica e farmacêuticas já se aceleraram, segundo Maria Fernanda Prado, do
escritório Mattos Filho. Em 2015, o governo liberou restrições à entrada de
capital estrangeiro nos hospitais.
Mário Malta, sócio da Advent, afirma que, além de saúde e
educação, negócios nas áreas de serviços financeiros e varejo também estão
sendo estudados.
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