Temer intensifica ‘corpo a corpo’ com setor produtivo

O presidente interino Michel Temer deflagrou nesta semana um corpo-a-corpo com empresários para tentar neutralizar as críticas de que não estaria comprometido com o ajuste fiscal. Hoje, Temer pretende faturar o anúncio da meta fiscal de 2017, mais próximo do pretendido pelo Ministério da Fazenda, para um público de 150 empresários, reunidos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Também lembrará as medidas para ajustar a Previdência Social, como o “pente-fino” em programas como o auxílio-doença anunciado ontem, que pode render uma economia estimada em R$ 7,1 bilhões anuais.

Ontem Temer disse ao presidente da IBM no Brasil, Marcelo Porto, que trabalha intensamente para “melhorar o ambiente econômico no Brasil”. Temer recebeu Porto pela manhã, junto com o ministro das Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab. Porto afirmou que a empresa pretende investir mais no Brasil, onde completa um século de atividades em 2017.

Ontem, Temer também recebeu o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Alarico Assumpção Júnior, que declarou “apoio” da entidade ao governo. Na quarta-feira, recebeu o presidente da Ambev, Bernardo Pinto Paiva.

Na segunda-feira, Temer reafirmou a lideranças do agronegócio seu compromisso em recolocar a economia nos trilhos e explicou por que concedeu aumentos aos servidores. Disse que, do contrário, enfrentaria uma greve geral que paralisaria o país. No próximo dia 12, Temer almoça com lideranças parlamentares da Frente Parlamentar do Agronegócio.

Ao mesmo tempo, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tem se reunido com lideranças da área econômica. Há cerca de um mês, participou de encontro do Lide em São Paulo, e se reuniu com representantes da XP Investimentos. Nesta semana, recebeu representantes das companhias aéreas e da Câmara de Comércio Brasil-China. Temer captará investimentos junto aos chineses, depois de concluído o processo do impeachment.

Na segunda-feira, Temer disse aos representantes do agronegócio que “a contenção” de despesas ainda não havia começado a aparecer, por causa do aumento dos servidores e da renegociação das dívidas com os governadores. Disse, contudo, que as medidas de ajuste começariam logo a aparecer e reafirmou que seu compromisso “não é eleitoral”, mas, sim, de recuperar a economia. “Se eu ficar os dois anos e meio e conseguir colocar o Brasil nos trilhos para mim é o quanto basta”, afirmou.

 

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