Lucro da Suzano deve dobrar no 2° tri com câmbio

Assim como outras companhias com dívida em dólar, a Suzano
Papel e Celulose deve ter registrado ganhos na linha financeira com a
valorização do real frente à moeda americana entre a abertura e o fechamento do
segundo trimestre, o que contribuiu para avanço do resultado final no período,
segundo analistas que cobrem o setor.

Na média de quatro projeções compiladas pelo Valor – Itaú
BBA, Goldman Sachs, Morgan Stanley e BTG Pactual -, a Suzano deve anunciar
amanhã, antes da abertura do mercado, lucro líquido de R$ 963,8 milhões, mais
que o dobro do ganho apurado no segundo trimestre do ano passado. As estimativas
variaram de R$ 820 milhões a R$ 1,26 bilhão.

O desempenho operacional da companhia, porém, deve ter
permanecido estável na comparação anual, influenciado por preços mais baixos da
celulose e volume de vendas de papel inferior – frente aos três primeiros meses
do ano, o volume vendido de papéis deve mostrar melhora. “Não esperamos
maiores surpresas dos resultados da Suzano no segundo trimestre”,
escreveram os analistas Marcos Assumpção, Daniel Sasson e Carlos Eduardo
Schmidt, do Itaú BBA.

Para a receita líquida da companhia, a projeção média das
instituições financeiras é de R$ 2,43 bilhões, com alta de 2,1% frente aos R$
2,38 bilhões apurados no segundo trimestre de 2015. Já o resultado antes de
juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado deve permanecer
praticamente estável, com alta de apenas 0,2%, em R$ 961 milhões.

Nos cálculos do Itaú BBA, as vendas em volume de celulose da
companhia devem mostrar alta de 11,4% na comparação anual, para 897 mil
toneladas, com recuo dos preços da matéria-prima – na comparação com o primeiro
trimestre, a queda no preço líquido chega a 17%, para R$ 1,7 mil, na esteira da
valorização do câmbio. Aumentos no custo de produção, por sua vez, devem ter
sido compensados por iniciativas de redução de gastos.

Para o negócio de papel, o banco projeta vendas de 299 mil
toneladas no segundo trimestre, 3,7% abaixo do volume comercializado um ano
antes. Reajustes devem ter impulsionado os preços de papéis no mercado
doméstico – a estimativa é de alta de 5% na comparação trimestral -, mas os
valores praticados nas exportações sofreram com o real mais valorizado.

 

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