Soja cede espaço para milho e café nos embarques

A soja libera as estradas e portos, cedendo lugar para
milho, café e açúcar. Esse entra e sai de produtos na linha de exportações
mantém o bom saldo do agronegócio.

Os primeiros 15 dias úteis deste mês apontam para um recuo
nas exportações de soja para 4 milhões de toneladas, um volume bem inferior à
média de 8,4 milhões de toneladas dos quatro meses imediatamente anteriores. Em
abril, as exportações haviam atingido 10 milhões de toneladas.

Já o milho, após um ritmo acelerado nas vendas externas nos
primeiros meses do ano uma forte queda a partir de maio, melhora o desempenho
agora com o avanço da safrinha do cereal.

Mas as exportações do segundo semestre não serão intensas
como as de igual período do ano passado. A demanda interna é crescente e deve
consumir boa parte da produção vinda da safrinha.

Após recorde de 30 milhões de toneladas em 2015, as vendas
externas deste ano devem somar pouco mais de 20 milhões. De janeiro a agosto
somam 13,7 milhões.

Mesmo com a demanda interna aquecida, analistas da
consultoria Horizon acreditam que o apetite internacional pelo milho da América
do Sul ainda será forte, apesar da recuperação dos estoques norte-americanos.

A Argentina, com logística mais competitiva e sem a
tributação imposta pelo governo anterior, de Cristina Kirchner, deverá ganhar a
preferência do mercado externo.

O café, cuja colheita já atinge 90% da produção prevista,
também está com as exportações aquecidas. Podem somar 2,5 milhões de sacas
neste mês, ante 1,7 milhão no anterior, segundo a Secex (Secretaria de Comércio
Exterior.

As exportações de açúcar apontam para um final de mês em 2,8
milhões de toneladas, bem acima do volume de 1,8 milhão de igual período do ano
passado.

Além do aumento de volume, haverá ganhos maiores com o
produto, cujo preço médio subiu 25% no período.

As carnes, outro item importante da balança comercial
brasileira, voltaram a ter bom ritmo. Terminam o mês com exportações próximas a
500 mil toneladas de produto “in natura”.

A liderança fica com o frango, que terá vendas externas de
350 mil toneladas. Os preços, embora tenham melhorado neste mês, ainda ficam
abaixo dos de há um ano.

Caminho aberto – As negociações entre ChemChina e Syngenta
avançam. O CFIUS (comitê de investimentos estrangeiros nos Estados Unidos) deu
sinal verde para a negociação no país.

À espera – As duas empresas devem esperar, no entanto, a
aprovação dessa negociação em todos os demais países em que atua. A aprovação
americana, no entanto, é um ponto de partida para a anuência em outros países.

Fim do ano – Essa avaliação dos demais mercados, que
analisam se a operação pode ser prejudicial ao setor em seus países, deverá
terminar no final do ano, acreditam as duas empresas.

Perdendo posto – O Brasil terminou o ano passado entre os
dez principais parceiros da União Europeia no comércio de bens primários e
manufaturados. No primeiro semestre deste ano, saiu da lista e foi substituído
pelo Canadá.

Os líderes – O maior mercado importador do bloco é a
Alemanha, que gastou € 25,8 bilhões em junho. O Reino Unido vem a seguir, com
gastos de € 24,2 bilhões.

À espera do plantio – Os produtores de soja de Mato Grosso
realizaram 90% das compras de insumos para a safra 2016/17, aponta o Imea
(Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).

Câmbio amigo – Ao contrário do que muitos temiam, o dólar
deu um refresco e ficou em R$ 3,28 em julho, menor valor desde o início das
compras de insumos.

Abandono – Com a falta de chuva em regiões de Mato Grosso, o
produtor deixou de colher 178 mil hectares de milho, devido à produtividade.

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