Apesar de ser palco de alguns testes de veículos
elétricos/híbridos, e até mesmo de um caminhão autônomo previsto para o próximo
ano, o Brasil está distante da rota internacional das novas tecnologias da
mobilidade.
Com falta de infraestrutura em rodovias e avenidas das
grandes cidades e, principalmente, em razão dos altos custos, o País deve
manter, por um longo período, sua atual matriz energética voltada a veículos
flex. “Há um grande movimento global pela digitalização e eletrificação, mas
nossa realidade é diferente e, no momento, é melhor usar o que a agricultura
nos oferece e a sobra do petróleo (gás) ”, diz o presidente da MAN Latin
America, Roberto Cortes.
A Volvo iniciou em agosto testes com um ônibus elétrico em
Curitiba (PR) em parceria com a prefeitura local. O veículo atende uma linha de
cerca de 5 quilômetros e é abastecido em uma estação de recarga montada ao lado
de um dos pontos para embarque de passageiros.
Sem espaço. Não há ainda previsão de mercado para ônibus
elétricos no Brasil pois, na visão de vários executivos, o transporte no País
ainda será voltado, por longo período, ao uso do diesel, inclusive feito de
cana, e de biocombustíveis em geral. Na Europa, a expectativa é de que 70% do
transporte público de passageiros seja feito por ônibus elétricos até 2030.
Por enquanto não estão definidos subsídios para a compra
desse tipo de veículo por parte dos frotistas, a exemplo do que ocorre para
automóveis. Só a Alemanha estabeleceu como meta ter uma frota de 2 milhões de
veículos elétricos em menos de uma década.
A Volvo também trará ao Brasil, no ano que vem, protótipo
similar ao caminhão sem motorista usado na mineradora da Suécia para operar em
um canavial em local a ser definido. “Será um veículo assistido, comandado por
um motorista, mas que pode tirar as mãos do volante em manobras que serão
controladas via GPS”, diz Nilton Roeder, diretor da Volvo na América Latina.
Um dos objetivos, segundo Roeder, é que o veículo especial
estabeleça um trajeto usado em todos os ciclos da colheita da cana, sem
alterações. Normalmente, há uma perda de 4% a 5% do plantio porque os caminhões
que percorrem as plantações passam por cima das mudas, destruindo-as.
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