Consumo em alta favorece reajuste de preço da celulose na China

A manutenção da trajetória de alta da demanda global de
celulose e a forte desvalorização da matéria-prima desde a segunda metade do
ano passado deram argumentos suficientes para que os produtores tentem emplacar
uma nova rodada de reajustes, válida a partir de outubro. O aumento elevará a
US$ 530/tonelada o preço da fibra curta vendida pela Fibria e pela Suzano Papel
e Celulose na Ásia.

O anúncio da Fibria, de alta de US$ 20/tonelada no mercado
asiático, foi feito ontem e o da Suzano, que não revelou o valor do aumento, na
terça. A Suzano informou que a medida é suportada pelos fundamentos de mercado.
Antes, a chilena Arauco e a asiática April já haviam informado reajuste de US$
10/tonelada para a região.

Do lado da demanda, dados do PPPC (do inglês Pulp and Paper
Products Council) mostram que os embarques globais de celulose subiram 5,7% em
agosto, na comparação anual, e 9,3% ante julho, para 4,19 milhões de toneladas.
Há pouco mais de uma semana, o diretor comercial e de logística internacional
da Fibria, Henri Philippe Van Keer, destacou o fato de que, neste ano, a
retomada das compras, que tradicionalmente mostram desaquecimento no período de
férias do Hemisfério Norte, veio antes do esperado.

Mas analistas não estão muito otimistas quanto ao fôlego
dessa recuperação dos preços. Incertezas quanto ao momento de início de
operação da fábrica OKI, da Asia Pulp & Paper (APP), previso pela empresa
para novembro, e a oferta adicional de matéria-prima neste ano geram
preocupações quanto a um potencial cenário prolongado de sobreoferta.

O último reajuste foi anunciado no fim de maio, com
aplicação no mês seguinte. À época, o aumento proposto variava de US$
20/tonelada a US$ 30/tonelada, o que elevava a cotação de referência na China a
US$ 570 por tonelada.

Desde então, os preços da celulose de fibra curta caíram, em
parte por causa do cenário de excesso de oferta e também por causa do período
de férias no Hemisfério Norte, que reduz as encomendas da matéria-prima.

Na terça-feira, o UBS informou que os preços da celulose de
fibra curta tiveram ligeira alta no mercado chinês na última semana, enquanto
na Europa permaneceram em queda, com base no índice de preços Foex. Na China, a
tonelada subiu US$ 0,60 a US$ 486,40. Já no mercado europeu, houve recuo de US$
0,50 para um valor à vista perto de US$ 661 por tonelada.

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