A cerca de 50 quilômetros do pequeno município de Canaã dos
Carajás (PA), pás e empilhadeiras trabalham em ritmo acelerado. Em janeiro,
será feito o primeiro embarque do minério de S11D, como foi batizada a nova
mina da Vale. O projeto, que consumiu quase US$ 15 bilhões, incrementará em 30%
a produção.
Com isso, a maior produtora de minério de ferro do mundo
aumentará seu poder de fogo no mercado chinês, de longe o mais importante.
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A favor da Vale nesta disputa está a qualidade de suas
minas. Não há minério mais rico que o da região de Carajás. Por ter maior teor
de ferro, a empresa consegue um “prêmio” na hora da venda.
Contra a Vale está a
distância. Enquanto seu minério leva 45 dias para chegar à China, o de seus
principais crivais demora só 15 dias, vindos dos portos australianos.
Por isso, para se tornar uma empresa global, a Vale precisou
investir pesado em logística e baratear ao máximo seu custo de transporte.
Mantém hoje três ferrovias e quatro portos, que escoam a produção de suas 22
minas.
Nos últimos anos, com a queda abrupta do preço do minério, o
esforço para corte de gastos foi intensificado. Em 2012, as despesas eram de R$
6,9 bilhões. Em 2015, caíram para R$ 1,9 bilhão. “Nossa qualidade é
superior. E o custo, equivalente”, diz o diretor de relações com
investidores, André Figueiredo.
O minério da Vale chega à China ao custo de US$ 28,5 por
tonelada. O das concorrentes está entre US$ 27 e US$ 30. A meta da brasileira é
chegar a US$ 25. “Vivemos a nova normalidade. Temos de nos adaptar e
sermos competitivos em qualquer cenário de preço”, afirma Figueiredo.
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