Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Fibria
registrou lucro líquido atribuível aos acionistas da companhia de R$ 28,64
milhões no terceiro trimestre, comparável a prejuízo de R$ 606 milhões um ano
antes, amparada sobretudo pela melhora do resultado financeiro.
Sob o aspecto operacional, porém, a queda acentuada dos
preços da fibra curta no mercado internacional pesaram no balanço trimestral da
empresa. De julho a setembro, a receita líquida caiu 18% na comparação anual,
para R$ 2,3 bilhões. Frente ao segundo trimestre, a baixa foi de 4%.
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Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda) ajustado recuou 51% em relação ao apurado no terceiro
trimestre de 2015, a R$ 758 milhões. Frente ao trimestre imediatamente
anterior, o declínio foi de 18%. Com isso, a margem Ebitda da companhia pro
forma diminuiu 18 pontos percentuais na comparação anual, para 37%.
Na linha financeira, a companhia teve resultado líquido
negativo em R$ 203 milhões, contra R$ 2,4 bilhões negativos um ano antes. Ao
fim de setembro, a dívida líquida estava em R$ 10,62 bilhões, alta de 9% frente
ao endividamento em junho — a companhia está investindo US$ 2,3 bilhões na
ampliação da fábrica de Três Lagoas (MS).
A alavancagem financeira da Fibria medida pela relação entre
dívida líquida e Ebitda em dólar passou de 2,1 vezes no fim do segundo
trimestre para 2,64 vezes em setembro.
Produção
A produção de celulose da Fibria no terceiro trimestre
totalizou 1,31 milhão de toneladas, com alta de 3% na comparação anual e de 2%
frente ao segundo trimestre. O aumento em relação aos três meses imediatamente
anteriores, conforme a companhia, deveu-se sobretudo à modernização da fábrica
C da unidade Aracruz (ES), do maior número de dias de produção e do melhor
rendimento das fábricas, “parcialmente compensados pela parada programada para
manutenção na Veracel”, joint venture com a Stora Enso no sul da Bahia.
Na comparação anual, o aumento de 3% é atribuído ao menor
impacto de paradas programadas para manutenção. Ao fim do intervalo, o estoque
de matéria-prima somou 984 mil toneladas, ou 57 dias, com alta de 6% frente ao
segundo trimestre e de 25% ante o mesmo período de 2015.
O volume de vendas da Fibria, considerando-se a celulose
produzida pela Klabin, totalizou 1,44 milhão de toneladas, com crescimento de
7% na comparação com o segundo trimestre. Frente ao terceiro trimestre de 2015,
a alta foi de 11%. O mercado europeu respondeu por 35% das vendas da companhia,
seguido da Ásia, com 31%, América do Norte com 24% e América Latina, 10%.
Projetos
A Fibria informou, junto aos resultados do terceiro
trimestre, que o projeto de expansão da unidade de Três Lagoas (MS) chegou a
60% de execução física, dentro do cronograma previsto. Já os desembolsos estão
abaixo do esperado e alcançaram 38% do total, com US$ 1,4 bilhão ainda a
realizar. O investimento total do projeto Horizonte 2 foi atualizado de R$ 7,7
bilhões para R$ 7,5 bilhões.
Conforme a companhia, na área florestal houve avanço do
plantio, com o “início na formação de mecânicos para as operações florestais, a
aquisição dos caminhões de apoio às operações, o recebimento de tratores para
silvicultura e máquinas de colheita e, por fim, avanços nas obras do novo
viveiro”.
No trimestre, o investimento (capex) total da Fibria somou
R$ 1,66 bilhão, com alta de 23% na comparação com o segundo trimestre e mais de
três vezes o valor desembolsado um ano antes, “devido principalmente a maiores
investimentos na expansão do Projeto Horizonte 2, conforme a curva de evolução
da obra, além de maiores gastos com manutenção de florestas (maiores gastos com
compra de madeira em pé) ”.
Preços
O preço médio líquido em reais da celulose vendida pela Fibria
no terceiro trimestre caiu 26% na comparação anual, diante da acentuada
desvalorização da matéria-prima no mercado internacional e do câmbio. O recuo
nos preços explica parte da queda de 51% no resultado antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no intervalo, pressionado também
pelo aumento do custo do produto vendido (CPV) por tonelada.
No intervalo, o fluxo de caixa livre da companhia antes do
investimento no projeto Horizonte 2 e do pagamento de dividendos ficou em R$
402 milhões, com baixa de 64% na comparação anual. Sem esses ajustes, o fluxo
de caixa livre foi negativo em R$ 696 milhões.
De julho a setembro, o volume de vendas de celulose
proveniente do contrato com a Klabin ficou em 163 mil toneladas, frente a 130
mil toneladas no segundo trimestre. No total, a companhia vendeu 1,44 milhão de
toneladas da matéria-prima. A Fibria ressalta que o acordo comercial com a
Klabin não tem impacto sobre o Ebitda.
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