Um trem do monotrilho da Linha 15-Prata partiu com as portas
abertas, na zona leste da capital paulista, expondo passageiros a uma possível
queda de uma altura de 15 metros, na manhã de segunda-feira, por volta das 11
horas. Segundo funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô),
uma investigação sobre o caso foi aberta. Ninguém ficou ferido.
Imagens de câmeras de segurança do Metrô obtidas pelo Estado
mostram a falha. Após abrir as portas do trem e das plataformas, o sistema tem
uma espécie de pane e as portas são abertas e fechadas repetidas vezes. Duas
passageiras tentam embarcar, mas se assustam e desistem, após uma das portas se
fechar sobre elas. Quando as máquinas param de se mexer, as portas da
plataforma ficam fechadas e as do trem, abertas. É quando o veículo parte.
Segundo metroviários, um operador da companhia, que estava
dentro do trem, percebeu a falha e acionou os freios de emergência, impedindo
que a composição fizesse a viagem entre as Estações Oratório e Vila Prudente,
distantes 2,9 quilômetros uma da outra. A paralisação se deu com quase todo o
trem já fora da plataforma.
Funcionários da empresa afirmam que o problema já havia
acontecido antes e seria decorrente de uma falha nos softwares da empresa, que
vem sendo corrigida. Ainda segundo os funcionários, embora não tenha condutores,
os trens do monotrilho só circulam com empregados da companhia embarcados nos
veículos, uma vez que, para eles, o sistema inda está em fase de testes.
Já o Metrô informou, por meio de nota, que recolheu o trem
para manutenção após a pane e acionou a fabricante da composição. “A Bombardier
implementou uma nova versão do sistema de controle de portas que elimina este
tipo de falha em todos os trens do monotrilho”, disse a companhia, em nota.
Antes da pane, a empresa também já garantia que os trens não partiam com as
portas abertas. A nota da empresa não detalha a origem do problema.
No monotrilho, os trens circulam em uma via elevada,
sustentada por pilares e sobre um trilho único, de concreto. A possibilidade de
queda de passageiros em uma eventual falha motivou uma mudança, ainda na fase
de projetos do sistema, que resultou na instalação de uma pequena passarela com
corrimão entre os dois trilhos. A passarela nunca chegou a ser usada pelos
passageiros.
Parada. O
monotrilho da Linha 15-Prata deveria ter 18 estações e ligar a Vila Prudente,
na zona leste, ao extremo leste da capital, em Cidade Tiradentes. A obra está
paralisada desde São Mateus. Além das duas únicas estações existentes (Vila
Prudente e Oratório), há oito em obras. A linha foi aberta ao público em agosto
de 2014.
Prometida inicialmente para custar R$ 2,9 bilhões, a obra
está orçada atualmente em R$ 7 bilhões. As promessas iniciais não incluíram os
valores das estações, que foram licitadas após o início das obras.
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