Era de um orelhão que os maquinistas da América Latina
Logística (ALL) avisavam ao sistema de controle central da ferrovia o
itinerário e passavam toda a rotina do dia de trabalho. Esse foi o cenário
encontrado pelos novos gestores da companhia férrea, o fundo GP Investments,
logo após a privatização da ex-RFFSA, em 1997.
À época, sob o comando do trio Jorge Paulo Lemann, Beto
Sicupira e Marcel Telles, a ferrovia ALL foi introduzida ao estilo
meritocrático e deu início ao processo de profissionalização e modernização da
companhia. O sistema de controle ganhou telões e foi informatizado.
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Onze anos depois, o fundo de investimentos GP saiu do
controle da operação e abriu espaço para os fundos de pensão Previ (BB) e
Funcef (Caixa) e para o BRZ ALL, que abrigava cotistas de Funcef, Petros, Postalis,
Forluz e Valia, além do BNDES e outros acionistas.
Mas muitas são as críticas aos antigos gestores do negócio.
“Ferrovia é uma operação de longo prazo. Havia uma cultura de buscar resultados
e planos de curto prazo”, disse uma fonte ligada a um fundo de pensão, que não
quis se identificar. Outra fonte afirmou que as decisões tomadas pós-GP eram
voltadas aos interesse dos acionistas e não aos da empresa.
Com alto índice de acidentes, reflexo da falta de
manutenção, a Rumo começou a fazer, nos últimos meses, investimentos básicos e
emergenciais – como substituição de dormentes, reformas e compra de vagões e
locomotivas. Serviço de dragagem na encosta da serra para Santos também está
sendo feito.
Os maquinistas, antes usuários de orelhões, ganharam
celulares e GPS. Mas ainda falta muito para colocar a ferrovia nos trilhos.
Procurados, GP Investments e Rumo não comentam.
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