A notícia de que a J&F Investimentos negocia a compra da
participação dos fundos de pensão Petros e Funcef na Eldorado Brasil não foi
bem recebida pelos investidores e os bônus da produtora de celulose voltaram a
ser penalizados no exterior. Ontem, os títulos eram negociados a 80,125% do
valor de face, com queda de 1% frente ao dia anterior. Na sexta, eram
negociados a 82,5%.
A empresa estreou neste ano no mercado global, com a emissão
de US$ 350 milhões com retorno ao investidor de 8,875% ao ano e prazo de cinco
anos. Outros produtores brasileiros, como Fibria, Suzano e Klabin, tinham seus
títulos negociados ontem a 103,1%, 99,9% e 98,1%, respectivamente.
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A avaliação é que a percepção de risco voltou a crescer com
a notícia de que a J&F iniciou negociações para adquirir a participação de
17,06% das fundações. O primeiro baque foi sentido no início de julho, com
queda de cerca de 20% em uma semana, na esteira de um desdobramento da
Lava-Jato. Em setembro, a companhia se viu envolvida em outra operação da Polícia
Federal e os irmãos Batista, donos do grupo, firmaram um acordo para seguirem
em suas funções.
A Eldorado confirmou a homologação na Justiça Federal do
Distrito Federal um aditivo ao acordo celebrado entre a J&F e o Ministério
Público em 13 de setembro, com substituição da garantia original pelo penhor de
ações da Eldorado e quotas do FIP Florestal, que totalizem 30% de participação
na empresa. “Essas garantias deverão ser constituídas desde já e serão
extintas caso a negociação entre J&F e as fundações se concretize até 31 de
março de 2017, mantendo-se suspensas todas as medidas cautelares que haviam
sido impostas à companhia, à J&F e a seus executivos”, informou.
Segundo a própria J&F, a participação dos fundos na
Eldorado valia, em dezembro de 2015, seis vezes mais do que os R$ 550 milhões
aportados em 2009. Em posicionamento no dia em que foi deflagrada a
“Greenfield”, o grupo informou que, de acordo com dois laudos, um
deles da Deloitte, o valor atualizado chega a R$ 3 bilhões.
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