Vale reverte prejuízo e tem lucro de R$ 1,8 bilhão no 3º trimestre

A mineradora brasileira Vale registrou lucro líquido de R$
1,842 bilhão no terceiro trimestre de 2016. O montante foi 48,6% inferior ao
observado no segundo trimestre de 2016, quando a companhia lucrou R$ 3,585
bilhões. O número é atribuído aos sócios controladores da companhia, base para
cálculo de dividendos. No terceiro trimestre de 2015, a empresa mostrou
prejuízo de R$ 6,663 bilhões, devido a impacto cambial observado naquele
período, com forte desvalorização do real frente ao dólar.

A queda no lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, observou
a companhia, se deveu principalmente ao câmbio, com impacto de R$ 1,072 bilhão
no terceiro trimestre.

O lucro básico recorrente – lucro líquido ajustado para os
itens não recorrentes – foi de R$ 3,085 bilhões no terceiro trimestre, 26%
acima dos três meses anteriores. Em igual período de 2015, a empresa mostrou
prejuízo básico recorrente de R$ 3,373 bilhões.

A receita operacional líquida da companhia avançou 2% no
terceiro trimestre de 2016, ante igual período em 2015, para R$ 23,772 bilhões.
Na comparação com o segundo trimestre de 2016, também houve alta de 2%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 9,829 bilhões no terceiro
trimestre de 2016, 44% superior ao observado em igual período no ano passado.
Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o aumento foi de 18%.

Para o diretor executivo de Finanças e Relações com
Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, o resultado da mineradora no
terceiro trimestre foi considerado “limpo”, com “excelente desempenho
operacional e boa geração de caixa”.

Em vídeo no site da empresa, Siani reiterou os recordes de
produção da Vale no terceiro trimestre em minério de ferro na mina de Carajás,
no Pará, com 38,7 milhões toneladas, de carvão em Moatize, em Moçambique, de
1,8 milhão de toneladas, e de ouro, de 118 mil onças.

Ele mencionou ainda o crescimento da geração de caixa da
companhia, impulsionada por preços melhores de minério de ferro e redução de
custos. O executivo observou que o custo de produção da Vale de minério
colocado no porto (FOB, ou free on board) caiu de US$ 13,2 no segundo trimestre
para US$ 13 no terceiro trimestre deste ano. “Se esperaria uma alta, devido à
apreciação do Real [frente ao dólar, no período] mas o que ocorreu foi o
contrário, uma queda, porque em reais o custo diminuiu ainda mais, compensando
a apreciação do Real”, afirmou.

Siani mencionou, ainda, o andamento do projeto S11D, no
Pará, maior empreendimento da companhia e que prevê capacidade de produção de
90 milhões de toneladas anuais. De acordo com números mostrados pelo executivo,
95% da parte da mina e da planta do empreendimento estão concluídos. Já a parte
de logística encontra-se com conclusão de 74%. “Já temos o ramal ferroviário
que liga a mina a Estrada de Ferro Carajás (EFC) completamente pronto”,
afirmou. A intenção da Vale é que o projeto inicie produção até o fim do ano,
com primeiros embarques comerciais em 2017, afirmou o diretor.

Investimentos

A Vale informou que os investimentos da mineradora no terceiro
trimestre deste ano totalizaram US$ 1,257 bilhão, representando uma redução de
US$ 111 milhões em comparação com os três meses antecedentes.

Os investimentos na execução de projetos corresponderam a
US$ 741 milhões entre julho e setembro, com investimentos relacionados ao
projeto S11D, no Pará, somando US$ 530 milhões.

Por sua vez, os investimentos na manutenção das operações
existentes foram de US$ 516 milhões no trimestre, uma alta de 11,4% frente ao
segundo trimestre deste ano, o que, conforme a companhia, reflete a “usual
concentração de investimentos no segundo semestre do ano”.

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