Fibria está otimista com preço e demanda

Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Fibria
avalia que o momento é favorável em termos de demanda e preços da
matéria-prima, depois de as cotações internacionais e o câmbio terem afetado o
resultado operacional da companhia no terceiro trimestre.

De julho a setembro, a Fibria teve receita líquida de R$ 2,3
bilhões, baixa de 18% na comparação anual e de 4% frente aos números do segundo
trimestre. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 758 milhões, com declínio de 51%
e 18%, respectivamente. Os custos, porém, foram controlados e houve queda de 4%
no custo caixa de produção, para R$ 638/tonelada.

Em outubro, de acordo com o presidente da companhia, Marcelo
Castelli, os volumes foram positivos, mas ainda não é possível afirmar se há
margem para mais um reajuste de preços. Do aumento de US$ 20 por tonelada
anunciado para a celulose de fibra curta na Ásia a partir de outubro, algo
entre US$ 10 e US$ 15 já foi aplicado. “Mais para perto de US$ 15”,
afirmou o executivo. Agora, as atenções se voltam também ao mercado europeu,
que costuma acompanhar as tendências na Ásia e ainda não foi palco de aumentos
de preço. “Esperamos aplicar [o restante do reajuste] nos próximos
meses”, acrescentou.

O consenso no mercado quanto à postergação do início de
operação do projeto OKI, da Asia Pulp & Paper (APP), para o primeiro
trimestre do ano que vem criou condições para aplicação do aumento e,
questionado sobre a possibilidade de um novo reajuste, Castelli disse que a
oportunidade ainda não está clara. “É preciso esperar um pouco mais e
emplacar totalmente o aumento [já anunciado]. Não há visibilidade, neste
momento, se caberia um novo reajuste e qual seria”, afirmou o presidente
da Fibria.

Por enquanto, a companhia não contempla em seu plano de
negócios reduzir a oferta de celulose para evitar nova deterioração das
cotações. Na semana passada, a Suzano Papel e Celulose disse que vai avaliar
essa alternativa, conforme as condições de mercado, mas não gostaria de ser a
única a tomar uma iniciativa dessa natureza.

Conforme Castelli, a Fibria já adota ações de gestão de
capacidade, como por exemplo a execução da reforma de uma caldeira da unidade
de Aracruz (ES) no primeiro trimestre deste ano, que ocorreria entre 2017 e
2018. A expectativa de que três meses difíceis para a indústria motivou a
antecipação. “A Fibria vai tomar uma decisão de acordo com seu plano de
negócio. Se achar que tem vantagem, faremos [uma parada mercadológica]. Mas tem
de valer a pena no resultado final do ano”, ressaltou.

A Fibria estima que, no quarto trimestre deste ano, 115 mil
toneladas de celulose deixarão de ser produzidas por causa de paradas
programadas para manutenção em diferentes empresas. A própria companhia planeja
realizar três paradas, nas fábricas A e B de Aracruz e na unidade de Três
Lagoas (MS).

As obras do projeto de expansão em Três Lagoas alcançaram
65% de execução física no fim de outubro e a companhia anunciou nova redução do
investimento previsto, de R$ 7,7 bilhões para R$ 7,5 bilhões. Em setembro, já
havia informação a redução do investimento em dólares de US$ 2,5 bilhões para
US$ 2,3 bilhões. “As obras seguem à frente do cronograma e abaixo do
custo”, disse.

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