Restrições em financiamento adotadas pela nova direção do
BNDES, que paralisaram vários projetos de concessões existentes, preocupa
executivos do mercado financeiro e de infraestrutura.
O banco estatal, afirmam, sustenta que problemas gerados
pelos governos anteriores não serão resolvidos pela atual gestão.
Bancos alegam ter atuado confiantes que alguns projetos de
concessão prioritários pelo BNDES seriam financiados a longo prazo pelo
estatal, e instituições financeiras apoiariam as empresas com empréstimos-ponte,
afirma um executivo do mercado.
Com a Lava Jato e mudanças de equipe, o governo novo assumiu
que bancos tomaram decisões que não lhe diz respeito, segundo relata.
A travada do BNDES gerou um enorme desconforto ao deixar sem
solução um número grande de concessões em rodovias, ferrovias, portos e até em
aeroportos. Deixar obras inacabadas é a pior saída, avalia o setor.
Alguns planos, como Sete Brasil, aeroportos comprados com
outorgas muito altas, a prazo e com maus acionistas, são inviáveis, reconhecem.
Mas generalizar cria problemas graves de crédito para as
instituições.
Para executivos, é compreensível que o BNDES se torne mais
restritivo nas futuras operações, porém, o passado demanda soluções.
Especialistas dizem que destravar concessões existentes pode
ajudar a economia mais rápido do que esperar pelas novas operações. Só de
rodovias concedidas em 2013, há mais de R$ 20 bilhões que podem ser retomados
logo.
Procurado, o BNDES informou que trabalha em busca de
soluções para financiamentos de longo prazo das concessões já existentes.
“O Banco avalia, caso a caso, os pedidos de
financiamento, conforme sua política interna de crédito.”
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