Haddad rebate Doria e chama monotrilho de desastre urbanístico

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad elevou nesta
terça-feira, 6 de dezembro de 2016, o tom das críticas às declarações do
prefeito eleito João Doria, que classificou a cidade como um “lixo vivo”, em
evento na Fecomercio, federação que reúne os comerciantes, na última segunda-feira.

Haddad não teve uma reação nominal a Doria, mas criticou
políticas do governo estadual.

Geraldo Alckmin é considerado padrinho político de João
Doria.

Haddad classificou de desastrada a ação da polícia em 2012
que, segundo ele, teria possibilitado o espalhamento da “Cracolândia” pela
cidade.

O atual prefeito disse também que as obras do monotrilho
degradam as regiões onde estão instaladas e possibilitam o aumento de usuários
de crack e moradores de rua no entorno das vigas e estações dos trens elevados.

“O monotrilho é um pequeno desastre urbanístico e econômico.
É uma tecnologia que não foi adotada por nenhum país civilizado”. Haddad também
classificou os monotrilhos de erro urbanístico “gravíssimo”, que formam “novos
Minhocões na cidade”. E que representam um transporte “extremamente
ineficiente”.

“Veja há quantos anos as duas estações estão fazendo teste.
Já são mais de dois anos em teste e não temos nenhum horizonte de solução desse
problema”, afirmou.

O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015,
um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9
quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata,
estão em operação.

Em nota, segundo o jornal O Estado de São Paulo, a
Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que, “ao contrário do que
informou o prefeito Haddad, o sistema monotrilho foi implantado e opera há
décadas em países como Japão, China, Austrália e Estados Unidos exatamente
pelos benefícios do modal”.

Na mesma nota, a pasta estadual ainda defende o meio de
transporte, destacando “a utilização de via elevada, sem necessidade de
escavação e construção de túnel; os custos menores com menos desapropriações;
as estruturas de concreto pré-moldado instaladas em canteiros centrais de avenidas,
gerando pouca interferência no viário; o transporte elétrico, ecologicamente
limpo e com impactos ambientais e sonoros reduzidos”.

SITUAÇÃO DOS MONOTRILHOS DE SÃO PAULO:

O Governo de São Paulo prometeu entregar entre 2012 e 2015,
um total de 59,7 quilômetros de monotrilhos em três linhas. Apenas 2,9
quilômetros entre as estações Oratório e Vila Prudente, da linha 15 Prata estão
em operação duas linhas, a 15- Prata e a 17 – Ouro, que somam 44 quilômetros
estão em construção, sendo que 21,9 quilômetros foram descartados dos
cronogramas iniciais.

Na linha 15-Prata são 16 quilômetros e oito estações a
menos. A linha 17-Ouro perdeu 10 quilômetros e 11 estações. A linha 18 do ABC
está indefinida

Confira abaixo:

A linha 15 Prata deveria ter 26,7 quilômetros de extensão,
18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes ao custo R$ 3,5 bilhões
com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, orçamento ficou 105% mais alto,
com o valor de R$ 7,2 bilhões. O custo por quilômetro sairia em 2010 por R$ 209
milhões, em 2015 por R$ 260 milhões e, no primeiro semestre de 2016, subiu para
R$ 354 milhões. A previsão de 9 estações agora é para 2018. Está congelado o
trecho entre Hospital Cidade Tiradentes e Iguatemi e Vila Prudente-Ipiranga. O
governo do estado promete atendimento a uma demanda de 550 mil passageiros por
dia

A linha 17 Ouro do monotrilho deveria ter 17,7 quilômetros
de extensão, com 18 estações entre Jabaquara, Aeroporto de Congonhas e região
do Estádio do Morumbi ao custo de R$ 3,9 bilhões com previsão de entrega total
em 2012. Em 2015, o orçamento ficou 41% mais caro somando R$ 5,5 bilhões e a
previsão para a entrega de 8 estações até 2018. Em 2010, o custo do quilômetro
era de R$ 177 milhões. Em 2015, o custo por quilômetro seria de R$ 310 milhões
e no primeiro semestre de 2016 foi para R$ 325 milhões. O monotrilho, se ficar
pronto, não deve num primeiro momento servir as regiões mais periféricas.  Assim, os trechos entre Jabaquara e a
Aeroporto de Congonhas e entre depois da Marginal do Rio Pinheiros até a região
do Estádio São Paulo-Morumbi, passando por Paraisópolis, estão com as obras
congeladas. Com este congelamento, não haverá as conexões prometidas com a
linha 4 Amarela do Metrô na futura estação São Paulo – Morumbi, e nem com
estação Jabaquara e da Linha 1 Azul do Metrô e Terminal Metropolitano de Ônibus
e Trólebus Jabaquara, do Corredor ABD. Segundo o site do próprio Metrô, quando
estiver totalmente pronto, este sistema de monotrilho atenderá 417 mil e 500
passageiros por dia.

A linha 18 Bronze deveria ter 15,7 quilômetros de extensão,
com 13 estações entre a região do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, até a
estação Tamanduateí, na Capital Paulista ao custo de R$ 4,5 bilhões com
previsão de entrega total em 2015. Em 2015, orçamento estava 14% mais caro,
chegando a R$ 4,8 bilhões, sem previsão de entrega. A previsão de demanda é de
até 340 mil passageiros por dia, quando completo. O custo hoje por quilômetro
em 2015 seria de R$ 305 milhões. Como as obras não começaram, outro meio de
transporte para a ligação, como um corredor de ônibus BRT, que pode ser até
cinco vezes mais barato com capacidade de demanda semelhante, é uma das
alternativas.

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