Malha de metrôs e trens cresce apenas 76 km em 5 anos

A malha de transporte sobre trilhos no País cresceu 6,7%
entre 2010 e 2015, enquanto a frota dedicada ao transporte individual aumentou
24,5% no mesmo período. Os números fazem parte da pesquisa “Transporte &
Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros”, realizada pela
Confederação Nacional do Transporte (CNT).

De acordo com a CNT, o País conta hoje com uma malha de
metrôs e trens de passageiros de 1.062 quilômetros de extensão. Nos últimos
cinco anos, essa malha cresceu apenas 76 km, enquanto o número de entradas de
passageiros, em dias úteis, subiu 37,4%. No mesmo período, a população
brasileira cresceu 6,2%, o que mostra a preferência do usuário por esse tipo de
transporte. “A taxa de crescimento da malha metroferroviária se dá de forma
muito lenta. É preciso que haja prioridade nesse tipo de transporte, pois a
concentração de centros urbanos só aumenta no Brasil”, afirmou o diretor
executivo da CNT, Bruno Batista.

Para modernizar o transporte nas grandes cidades, a
confederação estima que seria necessário ampliar a malha em 850 quilômetros, o
que demandaria investimentos de R$ 167,13 bilhões em construção e ampliação dos
sistemas, compra de material rodante e recuperação de infraestrutura.

A pesquisa analisou 14 sistemas de metrôs e trens em 13
regiões metropolitanas – São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Distrito
Federal, Fortaleza, Salvador, Recife, Natal, Maceió, João Pessoa, Teresina e
Cariri, além de Sobral. Nesses locais, de acordo com a pesquisa, 11,8 milhões
de pessoas trabalham fora de casa, ou 71,1% dos habitantes. A maioria (56,6%)
demora, no mínimo, 30 minutos no percurso casa-trabalho.

Do total da malha ferroviária brasileira, 309,5 km são de
linhas de metrô, menos que as linhas de Xangai, com 588 km; Londres, com 402
km; Nova York, com 370,1 km; e Tóquio, com 310 km. O País conta ainda com 667
km de trem metropolitano e 85,7 km são de veículo leve sobre trilhos (VLT).

Financiamento. Batista admite que sistemas de metrô e trens
urbanos demandam altos investimentos e dão retorno apenas no longo prazo. “Por
isso o governo tem papel imprescindível, financiando ou alavancado os
projetos”, disse. De acordo com a pesquisa, os governos estaduais participam
com 62% do financiamento dos projetos, seguidos pelo setor privado (24%),
prefeituras (9%) e o governo federal (5%).

Embora a participação financeira da União tenha aumentado
nos últimos anos, o valor efetivamente gasto ainda é proporcionalmente pequeno.
Em 2010, foram autorizados R$ 60 milhões, mas nenhum valor foi aplicado. Em
2015, o valor autorizado subiu para R$ 3,04 bilhões, mas apenas 26,2% disso, ou
R$ 800 milhões, foram efetivamente gastos.

Uso de PPPs. Para a superintendente da Associação Nacional
dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP Trilhos), Roberta
Marchesi, o aumento da participação do setor privado é necessário para
destravar os investimentos no segmento. Segundo ela, 70% dos projetos das novas
linhas nos últimos anos devem sair por meio de parcerias público-privadas
(PPPs). “É um segmento de alta atratividade, por causa da certeza da demanda e
da utilização. ”

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