Brasil avança no ranking mundial de celulose

Mundialmente reconhecido pelo baixo custo de produção de
celulose, o Brasil está prestes a avançar no ranking mundial e tornar-se o
vice-líder em volume produzido, atrás somente dos Estados Unidos. Ao mesmo
tempo em que consolida a posição de destaque com investimentos em novas
fábricas, a indústria brasileira de base florestal aderiu às discussões
relativas às metas do Acordo de Paris, importante tratado sobre o clima que
prevê o plantio de 12 milhões de hectares de florestas no país até 2030, com
custo estimado em R$ 52 bilhões.

“O setor de árvores plantadas terá papel fundamental no
cumprimento das metas assumidas pelo Brasil”, avalia Elizabeth de
Carvalhaes, presidente-executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá),
entidade que representa o setor. Conforme Elizabeth, a indústria tem participado
ativamente das discussões em torno do pacto global e trata o tema como agenda
prioritária. “2017 será uma plataforma importante para, com as autoridades
brasileiras, conversar sobre mecanismos financeiros e precificação do
carbono”, ressalta.

Do lado da produção, com o início de operação da nova
fábrica de celulose da Klabin, em Ortigueira (PR), em março, é muito provável
que já no ranking global da indústria de 2016 o Brasil supere Canadá e China,
saindo da quarta colocação apurada em 2015 para a segunda posição, com mais de
18 milhões de toneladas produzidas de celulose. No acumulado do ano até
novembro, esse volume estava em 17 milhões de toneladas – e, mensalmente, a
indústria tem produzido cerca de 1,5 milhão de toneladas. Os americanos são
líderes com 48 milhões de toneladas anuais.

Há ainda mais um projeto em construção, da Fibria, em Três
Lagoas (MS), que entrará em operação no início do quarto trimestre. Para
abastecer as novas fábricas, a indústria tem investido no plantio de novas
florestas e, agora, o setor deve contribuir também para o cumprimento da meta
até 2030. Para tanto, uma das propostas é a de que as empresas que captem
recursos para executar investimento com essa finalidade se beneficiem de algum
prêmio nas operações financeiras.

Segundo dados da Ibá, somente o setor de base florestal tem
3,4 bilhões de toneladas de carbono estocadas. E os créditos de carbono, afirma
Elizabeth, poderiam incentivar novos investimentos que colocarão o país na rota
de cumprimento das metas do acordo climático. Atualmente, há 40 regiões no
mundo que já estabeleceram mecanismos internos de precificação ou taxação do
carbono

Para a presidente da Ibá, a legislação decorrente do pacto e
o estabelecimento de mecanismos de mercado – títulos verdes, créditos de carbono
ou outras modelagens de financiamento – tendem a levar o consumidor a buscar
produtos cada vez mais sustentáveis. “Cada vez mais o consumidor vai
exigir isso e as medidas têm de estar tomadas”, defende a dirigente.

Em 2015, a área plantada pelas indústrias representadas pela
Ibá totalizava 7,8 milhões de hectares, entre eucalipto, pinus e outras
espécies. A maior parte, ou 34%, estava vinculada ao segmento de celulose e
papel – a segunda maior fatia, de 30%, correspondia a produtores independentes.
Novas plantações, na esteira da ampliação da capacidade de produção de celulose
ou do uso de biomassa para produção de energia, por exemplo, devem continuar
ampliando a área de florestas plantadas no país.

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