Após batalhas nos setores de logística, sustentabilidade e política agrícola, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso) quer se voltar também para outra demanda do setor: a pesquisa.
Endrigo Dalcin, presidente da entidade, diz que essa é uma demanda dos próprios produtores e que o avanço de tecnologia feito pelas grandes empresas sempre tem um cunho comercial. Ocorrem mais nas áreas de inseticidas, herbicidas e novas variedades de cultivares.
O que o setor precisa, segundo ele, é ganhar produtividade também com outras formas, como manejo integrado da produção e redução da dependência dos agroquímicos.
Para isso, Dalcin diz que é preciso buscar soluções junto com empresas de pesquisa como Fundação MT e Embrapa.
A associação dos produtores se uniu à Fundação MT para pesquisas que vão desde o consórcio de técnicas de produção, ao teste de resultados de produtos comercializados por empresas.
Os resultados dessas pesquisas ficarão à disposição dos produtores, que poderão adotá-las dependendo das regiões que estão.
Dalcin afirma que é preciso mostrar aos produtores que existem tecnologias que podem auxiliar no combate a pragas e doenças, como lagartas e nematoides.
“Mas é preciso colocar essas tecnologias desenvolvidas para eles.”
Essa busca passa pelas vias econômicas e ambientais.
“E o produtor está ciente de que isso exige trabalho e investimentos”, afirma.
A Aprosoja e a Fundação MT apresentam hoje (17) a produtores de Mato Grosso resultados obtidos em um campo experimental de 88 hectares que as duas empresas desenvolvem em Campo Novo do Parecis, no oeste do Estado.
Exportações de soja do Brasil podem chegar a 89 milhões de t em dez anos
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê que o Brasil terá um crescimento de 52% nas exportações de soja em dez anos. Elas passariam dos atuais 58,4 milhões para 88,9 milhões.
Se esses números forem confirmados, o Brasil ficaria isolado na posição de líder mundial em exportações de soja, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.
Os Estados Unidos parariam nos 58,5 milhões de toneladas, com crescimento de apenas 5% em dez anos.
Já a Argentina teria crescimento de 30%, mas com apenas 12,1 milhões de toneladas.
Para o milho, a expectativa é de um crescimento de 49% nas exportações. O país iria, portanto, para 37,9 milhões de toneladas em 2026/27, se confirmando como o segundo maior exportador mundial.
Os números fazem parte de estimativas futuras que o Usda faz sobre o mercado mundial agropecuário. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (16), indicam que os norte-americanos vão semear 36,4 milhões de hectares de milho em 2017/18, um volume 1,8 milhão inferior ao da safra anterior.
Já o plantio da soja vai ocupar 34,6 milhões de hectares na próxima safra, 730 mil a mais do que a área de 2016/17.
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