O descarrilamento de uma composição aconteceu à 1h30 de ontem, na altura da estação São Miguel Paulista, no extremo leste da Capital, enquanto fazia manobras para estacionamento. Não houve feridos. A saída do trem do trilho afetou o fornecimento de energia e, por isso, o trecho entre Calmon Viana (Poá) e Itaim Paulista (São Paulo) ficou sem circulação de composições. O transporte foi feito por ônibus do Plano de Assistência entre Empresas em Situação de Emergência (Paese).
“A maioria dos trens da linha 12-Safira é nova, porém, o problema não está nas composições, mas na via férrea. Um exemplo é o trilho. No Metrô, a linha é fixa no chão. Na CPTM, não é assim. Gera muita insegurança. A direção da CPTM precisava mudar isso para trazer mais segurança às viagens e aos usuários. No trecho onde o maquinista descarrilou, a velocidade é de 40 km/h, segundo placa, mas ele estava a 20 km/h, o que mostra que há perigo mesmo assim”, disse Leonildo Bittencourt Canabrava, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários da Zona Central do Brasil, que reúne funcionários das linhas 11-Coral e 12-Safira.
Este é o terceiro acidente de descarrilamento no serviço de transporte sobre trilhos em São Paulo neste início de ano. Canabrava chama a atenção ao fato de a linha 12 ser muito antiga.
“Ela tem mais de 100 anos e, no começo, era usada para transporte de carga, sobretudo, para escoar produtos de fábricas que ficavam na Zona Leste de São Paulo. Os trilhos até são trocados porque há um desgaste natural deles, porém, não há adaptação da via férrea (traçados, características e modernização para se evitar acidentes). Tudo isso influencia na operação de uma linha”, acrescentou.
Apesar de ter sido fora do horário de funcionamento, o descarrilamento na linha 12 trouxe transtornos a milhares de usuários do ramal que liga três cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O aumento de passageiros foi sentido também na linha 11-Coral, a principal alternativa para aqueles que moram no Alto Tietê e buscam uma conexão com São Paulo.
Por meio de nota, a CPTM se pronunciou. “As equipes de manutenção da CPTM prosseguem com os trabalhos de recuperação da infraestrutura na Linha 12-Safira (Brás – Calmon Viana), no trecho próximo à Estação Itaim Paulista, após descarrilamento de uma composição, ocorrido na madrugada desta quinta-feira, 23. No período desta tarde, a circulação de trens será realizada entre as estações Brás e Itaim Paulista e entre as estações Engenheiro Manoel Feio e Calmon Viana. A Estação Jardim Romano é a única fechada. Para atender os passageiros entre as estações Itaim Paulista e Engenheiro Manoel Feio, foi acionada novamente a operação Paese, com ônibus gratuito da EMTU.
Outra opção para os usuários da Linha 12-Safira é utilizar a Linha 11-Coral, seguindo até a Estação Calmon Viana, onde poderá transferir para a Linha 12 e descer nas estações Aracaré, Itaquaquecetuba e Engenheiro Manoel Feio. Os trabalhos continuarão ininterruptamente até que a infraestrutura das vias seja restabelecida totalmente. A CPTM lamenta a postura do Sindicato dos Ferroviários ao tentar espalhar o pânico de forma irresponsável na população com falsas notícias. O sistema ferroviário transporta cerca de 2,8 milhões de usuários por dia útil, em 2.750 viagens programadas diariamente nas seis linhas de forma segura e confiável. Em 2016, foram registradas 1,2 ocorrências por milhão de quilômetros rodados, o que significou queda de 25% no número de ocorrências em relação ao ano anterior (2015), quando o índice foi de 1,5 ocorrência por milhão de quilômetros rodados”, trouxe a nota.
Seja o primeiro a comentar