Celulose e papelão puxam receita da Klabin no 1º tri

Apesar dos sinais ainda irregulares de retomada econômica, a forte expansão das vendas da unidade de conversão, que engloba caixas de papelão e sacos industriais e está mais exposta ao mercado doméstico, teve contribuição importante para elevação do resultado operacional da Klabin no primeiro trimestre, que também se beneficiou da evolução do negócio de celulose. 

De janeiro a março, a receita líquida da companhia, que colocou uma nova fábrica de celulose em operação em março do ano passado, avançou 28%, para R$ 1,87 bilhão, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 5%, a R$ 539 milhões. Com isso, a margem Ebitda ajustada ficou em 29%, queda de 6 pontos percentuais. 

A receita com a venda de papel kraftliner caiu 30% na comparação anual, para R$ 171 milhões, enquanto o volume comercializado recuou 18%, a 91 mil toneladas, diante da estratégia da companhia de utilizar mais papel internamente para obtenção de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais. 

Na unidade de conversão, a companhia viu as vendas em volume subirem 13% no trimestre, para 186 mil toneladas. Em receita, a alta também foi de 13%, a R$ 626 milhões, apesar do efeito negativo do câmbio nas exportações de sacos industriais. Em embalagens de papelão ondulado, o desempenho da Klabin foi superior ao do mercado em geral – que registrou alta de 5% no trimestre, segundo a entidade que representa o setor, a ABPO. 

Com o início da operação da fábrica de celulose de Ortigueira (PR) há pouco mais de um ano, as vendas em volume da Klabin no mercado externo representaram 54% do total comercializado no primeiro trimestre, enquanto o mercado interno teve participação de 46%. Um ano antes, as vendas ao mercado doméstico representavam 64% do total. Em receita, porém, a participação do mercado interno ficou em 60% do total, com R$ 1,1 bilhão e alta de 17% na comparação anual. 

De janeiro a março, a companhia produziu 285 mil toneladas de celulose, desempenho que foi afetado pela primeira parada programada para manutenção na unidade Puma. As vendas, por sua vez, chegaram a 301 mil toneladas, estáveis frente ao quarto trimestre. Desse volume, a fibra curta representou 225 mil toneladas, com alta de 8%, e a fibra longa correspondeu a 76 mil toneladas, queda de 19%. 

As vendas de cartões revestidos totalizaram R$ 500 milhões, com queda de 10% na comparação anual, apesar da alta de 1% em volume, para 167 mil toneladas. O desempenho no mercado doméstico, com volume comercializado 5% inferior (88 mil toneladas), ajuda a explicar esse recuo. A fraqueza local levou a companhia a ampliar as exportações, que subiram 8%, para 79 mil toneladas. 

A maior fabricante brasileira de papéis para embalagens e de caixas de papelão ondulado teve lucro líquido de R$ 602 milhões no primeiro trimestre, com queda de 43,9% na comparação anual. O resultado inferior é explicado principalmente pelo menor resultado financeiro líquido. Ao fim de março, a dívida líquida era de R$ 11,4 bilhões, equivalente a 4,9 vezes o Ebitda anualizado. Três meses antes, o endividamento líquido estava em R$ 12 bilhões e a alavancagem financeira era maior, de 5,2 vezes.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*