A Usiminas apresentou seu melhor resultado em mais de dois anos em meio à recuperação das vendas e dos preços e com aumento de eficiência nas operações. O lucro líquido atribuível a controladores foi de R$ 88,9 milhões nos três primeiros meses de 2017, ante prejuízo de R$ 152,8 milhões um ano antes.
Parte do balanço já havia vazado nos últimos dias, o que levou a uma confirmação dos números pela siderúrgica. O principal deles, um lucro de “aproximadamente” R$ 108 milhões, foi agora divulgado nas demonstrações financeiras como lucro consolidado, de R$ 108,3 milhões. Foi o maior para a companhia desde o segundo trimestre de 2014, quando obteve R$ 114,4 milhões de resultado positivo. Esse desempenho interrompe uma série de dez trimestres consecutivos de prejuízos.
A empresa mineira ainda conseguiu elevar sua receita líquida em 15,2% na comparação anual, para R$ 2,35 bilhões, o maior patamar desde o quarto trimestre de 2015, com o início da recuperação da siderurgia no país e reajustes de preço praticados desde meados de 2016. Ao mesmo tempo, os custos de venda recuaram 10,2%, para R$ 1,87 bilhão, abrindo espaço para uma significativa melhora de margem.
No lado das despesas operacionais, a Usiminas informou ter cortado os gastos com vendas em 34,5%, para R$ 52,2 milhões, mas os gastos gerais e administrativos cresceram 3,8%, para R$ 93,1 milhões.
Entre os destaques do balanço na área de despesas, apareceram R$ 49,9 milhões em provisões para demandas judiciais — o quádruplo do mesmo período de 2016 — e R$ 105,2 milhões de gastos com parada de equipamentos, como em Cubatão (SP) — redução de 11,4%, e incluindo depreciação.
O lucro operacional da companhia foi de R$ 184,7 milhões, contra R$ 320,1 milhões de perda um ano antes. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 528,1 milhões, segundo o cálculo recomendado pela CVM, ante R$ 49,8 milhões no primeiro trimestre do ano passado. Já o Ebitda ajustado foi dez vezes dos três primeiros meses de 2016, fechando em R$ 533 milhões, melhor valor desde o segundo trimestre de 2014.
Pesaram ainda sobre o resultado final despesas financeiras líquidas de R$ 54,6 milhões, sendo que, um ano antes, o resultado financeiro foi positivo em R$ 101,6 milhões por conta de maiores ganhos com câmbio; e o pagamento líquido de R$ 58,9 milhões em impostos sobre o lucro, contra R$ 15,4 milhões de créditos na
Os números mostram que a Usiminas está conseguindo acompanhar a recuperação do mercado siderúrgico e também que está enxugando suas estruturas para conquistar rentabilidade. Além disso, o resultado financeiro não tem mais pesado tanto sobre o lucro, depois da reestruturação financeira consolidada neste ano, que evitou uma potencial recuperação judicial da empresa.
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