Abandonada, ferrovia de ex-mineradora de Eike Batista no Amapá vira depósito de lixo

Abandonada desde 2014, quando a Zamin Ferrous, ex-mineradora
do ex-bilionário Eike Batista, parou de exportar minério, a Estrada de Ferro do
Amapá (EFA) está tomada por mato e se transformou num depósito de lixo, no
trecho da Rodovia Duca Serra, entre as cidades de Macapá e Santana, distantes
17 quilômetros.

A Secretaria de Estado de Transportes (Setrap) informou que
autorizou licitação para contratar empresa que vai administrar a rodovia. A
previsão é de que isso ocorra no segundo semestre de 2017.

A estrada já representou um importante momento na economia
amapaense, quando servia de transporte para minério e funcionários da empresa,
que saiam da cidade de Santana até Serra do Navio. Desde a queda do porto de
embarque, em 2013, a ferrovia está se deteriorando.

Na ferrovia acumulam-se entulhos de obras, restos de carcaça
de animais, eletrodomésticos e lixo comum. Em alguns locais, moradores, por
conta própria, limpam a frente da casa, como a dona de casa Maria do Socorro,
que reclama da sujeira. “Aqui é muito sujo, diversos insetos entram em nossas
casas e a situação é horrível”, lamentou.

A mineradora perdeu a concessão em julho de 2015 após um
decreto do governo que aplicou a caducidade do contrato. O caso foi parar na
Justiça, que manteve a extinção da concessão à empresa devido o abandono do
patrimônio público.

 

Ferrovia

 

A EFA foi inaugurada em 1957 e tem um total de 194
quilômetros iniciando no município de Serra do Navio e cruzando as cidades e
comunidades rurais de Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Macapá, até o
destino final em Santana. A ferrovia foi construída para transporte e
exportação da produção mineral, principalmente ferro e manganês.

 

Fim da estocagem

 

A empresa Zamin anunciou em 2014 o término da capacidade de
estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca do Amapari, quanto em
Santana, o que resultou na paralisação parcial das atividades.

A ocupação dos locais se deu pela lentidão na exportação do
minério, partindo do Amapá, por causa do desabamento do porto de Santana, em
2013, que matou quatro pessoas e deixou duas desaparecidas. A estrutura ainda
não foi reconstruída.

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