Alvo de todas as atenções no Fórum Brasil de Investimentos
2017, evento que ocorreu ontem sobre oportunidades de investimentos no país,
empresas chinesas de infraestrutura de transportes e de energia disseram que
pretendem ampliar os investimentos diretos no Brasil.
A China Communications Construction Co (CCCC) vislumbra ao
menos três oportunidades de investimentos no Brasil, todas nas regiões Norte e
Nordeste, para onde caminha o escoamento da nova fronteira agrícola.
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A primeira são os terminais em Miritituba e Vila do Conde
(PA). Depois, o porto do Itaqui (MA), dada a conexão com a Estrada de Ferro
Carajás e a ferrovia Norte-Sul. “Vai ser um centro logístico dessa região
no Brasil”, disse o CEO da CCCC South America Regional Company, Lin Li. E,
finalmente, o transporte fluvial de Miritituba até Vila do Conde.
A CCCC chegou ao Brasil recentemente comprando o controle do
projeto de um complexo portuário multicargas a ser construído em São Luís (MA),
junto com a WPR, do grupo WTorre. Recentemente, adquiriu 80% da empresa de
engenharia Concremat.
Os principais interesses da CCCC no Brasil são em
investimentos portuários e ferroviários. Li elogiou o recém-publicado Decreto
dos Portos, que permitirá, entre outros, que empresas com contratos firmados
após a Lei dos Portos de 1993 estendam o prazo de exploração para até 70 anos.
Desde que haja interesse do poder público e seja descontado o período já
decorrido do contrato. Hoje, os prazos podem chegar no máximo a 50 anos. O
decreto também permite o adensamento de áreas contíguas. “Isso vai atrair
benefícios a longo prazo para investimentos e oportunidades potenciais de
incremento de capacidade”, disse.
O executivo foi um dos que falaram num painel dedicado a
empresas chinesas, o mais concorrido do evento.
A China Three Gorges (CTG) segue focada na consolidação dos
ativos adquiridos recentemente no Brasil, que a colocaram na posição de segunda
maior geradora privada do país, disse Li Yinsheng, presidente da CTG Brasil, em
conversa com a imprensa durante o Fórum Brasil de Investimentos 2017.
“Tudo esta indo bem na consolidação dos ativos, mas
acho que no fim do ano estaremos em melhor forma”, disse Yinsheng. Segundo
ele, a companhia avalia participar de leilões que envolvam novos projetos
(greenfield), principalmente da fonte hídrica.
Segundo o executivo, a CTG nunca parou de avaliar
oportunidades no país. “Temos uma equipe de desenvolvimento de negócios e
o foco é em analisar oportunidades no mercado. Mas queremos ter os ativos
adquiridos consolidados para olhar novas oportunidades depois”, disse.
A preferência é por ativos “greenfield” porque
isso vai permitir que a CTG utilize todo seu conhecimento nessa área, além de
criar empregos e movimentar a economia local, explicou Yinsheng. Segundo ele,
há espaço para contratação de projetos de hidrelétricas de médio porte.
Em relação aos ativos já em operação, a CTG será
“seletiva”, disse Yinsheng. Questionado se a companhia tem interesse
nas usinas da Cemig ou na privatização da Cesp, ele não respondeu.
De acordo com o executivo, os desafios do investimento em
infraestrutura são globais, mas há características locais que precisam ser
vencidas. Entre esses, citou a necessidade de simplificação de taxas e impostos
no Brasil.
O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, disse que a
China tem intenção de investir US$ 750 bilhões nos próximos cinco anos e que os
países emergentes tornam-se cada vez mais os principais destinos de
investimentos. Embora nos últimos anos o Brasil tenha passado por volatilidade
política e econômica, a macroeconomia está estável e há bons sinais de
recuperação.
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